ESPECIAL: PAULO FONTELES SEM PONTO FINAL
Este livro-reportagem de Ismael Machado é um reencontro vivo e impactante com a memória desse exemplar militante comunista, exultante e abnegado defensor do povo pobre da vasta região amazônica, estendida ao estado do Pará. A obra descreve com precisão como o apropriadamente qualificado “advogado do mato” foi morto pela execução de um “crime bem planejado”, realizado por profissionais que vivem desse macabro mister, sustentados mediante paga de manda-chuvas do latifúndio, verdadeiros donos do poder na região.
Renato Rabelo
Moradores de Paragominas, no PA, protestam contra a Celpa
Cerca de oitenta manifestantes se concentraram na praça do centro da cidade. Entre as reclamações, o aumento dos valores cobrados e as frequentes quedas de energia. Por G1 PA — Belém Cerca de 80 moradores de Paragominas, no nordeste do Pará, fizeram um protesto...
MPM vai pedir abertura de inquérito para investigar atuação de policiais durante operação em Icoaraci
Durante a ação, três pessoas foram baleadas, uma morreu. A polícia também apreendeu cinco armas de fogo, 123 papelotes de pasta base de cocaína, munições, sete celulares e três balanças de precisão. Por G1 PA O Ministério Público Militar vai pedir à...
Funcionários da Secon interditam avenida José Malcher nesta sexta-feira
Funcionários da Secretaria Municipal de Economia (Secon) interditaram, no final da manhã desta sexta-feira (23), a avenida José Malcher, próximo a travessa Piedade, no bairro do Reduto, em Belém. O trânsito está complicado na área. De acordo com informações de...
Esta charge do Vasqs foi publicada em
Defesa da Constituição une oposição contra Bolsonaro
A defesa da Constituição tende a se transformar no ponto unificador da oposição ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. O prognóstico se baseia na constatação de que na Carta Magna estão os fundamentos do processo civilizatório da nação brasileira, a síntese...
Lula e o sítio de Atibaia: a saga da justiça seletiva continua
Depoimento do ex-presidente é recebido com tom de censura e repressão pela juíza substituta de Moro, Gabriela Hardt por Jornalistas Livres Texto e fotos por Viviane Ávila, especial para o Jornalistas Livres Apesar de aparentemente tranquilo, o clima na manhã de...
PARCIALIDADE: Moro transfere articuladores da Lava Jato para Ministério da Justiça
Futuro ministro da Justiça confirmou três delegados da operação em sua equipe ministerial; juristas criticam Lia Bianchini O futuro ministro da Justiça Sérgio Moro anunciou três nomes que integraram a Operação Lava Jato para compor a equipe de seu ministério. São...
Líderes do PCdoB, PSB e PDT preparam oposição a Bolsonaro
Líderes partidários do PCdoB, PSB e PDT se reuniram nesta quarta-feira (21), em Brasília, para discutir os rumos do Brasil e a construção de uma frente ampla de esquerda. A ideia é definir um modelo de oposição contra qualquer retrocesso e retirada de direitos...
O livro de uma vida
Foram oito dias percorrendo as rodovias do sul e sudeste do Pará. Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Conceição do Araguaia, Rio Maria e Xinguara. Eu, Paulo Fonteles Filho e o motorista Rubens. A ideia era encontrar pessoas que conviveram diretamente com Paulo Fonteles, no período em que ele era conhecido como ‘advogado do mato’ por defender posseiros e lavradores contra desmandos do latifúndio em plena ditadura militar.
Estar nessa região não é exatamente uma novidade, mas a cada vez há coisas a levar como aprendizado, experiência, exemplo. A missão nossa era coletar depoimentos para o livro que estou escrevendo sobre a vida de Paulo Fonteles, cujo assassinato completa 30 anos em junho próximo. Faz parte das atividades que o Instituto que leva o nome do ex-deputado está preparando para lembrar Fonteles.
É um privilégio e uma responsabilidade fazer parte disso. Nos caminhos encontramos com personagens admiráveis como Davi dos Perdidos, Luzia Canuto, Zé Polícia, Zé da Paula, Edna dos Perdidos, Maria Oneide, João de Deus. Tantos que ajudaram a construir essa história heroica, mas repleta de sangue dessa parte relegada do Brasil.
Descubro com mais clareza que os camponeses reagiram à altura também aos ataques de pistoleiros. A resistência armada foi real e significou mais uma das tantas guerras perdidas do Brasil, como bem relatou algumas o jornalista Leonencio Nossa, em uma bonita série de reportagens anos atrás.
Numa dessas noites, regada a carne de carneiro na casa de Zé da Paula, eu escutava, embevecido, as histórias desses homens e mulheres já na casa dos 70 anos, lembrando as histórias dos acampamentos que se tornaram hoje assentamentos produtivos, tantos anos depois. Zé da Paula e Valdemir contando como tiveram que sair da região e passar alguns anos fora por conta de ameaças sofridas. Entre risos, cervejas, cachaça, churrasco, as memórias afloravam. Eu olhava algumas fotos antigas, como a da musa de todos, Lu, uma jovem bonita, filha de uma das famílias mais ricas de Minas Gerais e com espírito comunista. Lu criou um bar de MPB numa Conceição do Araguaia que efervescia. Olho a foto dela na beira do rio sorrindo e depois olho para uma foto dela atual, com quase 80 anos, convivendo com o mal de Parkinson.
Comparar essas duas fotos foi para mim um dos momentos mais tocantes dessa viagem, pois me fez pensar em trajetórias de vida, principalmente quando a vida se torna algo mais rico do que qualquer outra experiência.
Estar com essas pessoas, ouvir o que elas têm pra dizer, é uma experiência que gostaria muito que os que pensam nesse muro de ódio e preconceito a dividir o Brasil, pudessem ter a oportunidade de presenciar.
A história foi vivida por essas pessoas. Algumas não sobreviveram para contá-la, mas os que resistiram podem dizer como Davi dos Perdidos. “Eu venci, pois diziam que eu ia morrer de morte matada. Não conseguiram”.