ESPECIAL: PAULO FONTELES SEM PONTO FINAL
Este livro-reportagem de Ismael Machado é um reencontro vivo e impactante com a memória desse exemplar militante comunista, exultante e abnegado defensor do povo pobre da vasta região amazônica, estendida ao estado do Pará. A obra descreve com precisão como o apropriadamente qualificado “advogado do mato” foi morto pela execução de um “crime bem planejado”, realizado por profissionais que vivem desse macabro mister, sustentados mediante paga de manda-chuvas do latifúndio, verdadeiros donos do poder na região.
Renato Rabelo
ATAQUE FRONTAL: Fim do Ministério do Trabalho por Bolsonaro é ameaça real a direitos
Vagner Freitas, da CUT, critica ideia do presidente eleito, que mostra desrespeito pelas representações dos trabalhadores. "Não vamos permitir isso", afirma, alertando da necessidade de fortalecer sindicatos por Redação RBA Depois de participar de almoço no...
Nivaldo Santana: Os desafios atuais do sindicalismo
O movimento sindical brasileiro vive um período de grandes dificuldades. Seguramente, é o pior momento desde o fim do regime militar. Recessão, desemprego, precarização do trabalho, arrocho salarial, enfraquecimento sindical e outras mazelas compõem a agenda...
O opróbrio do magistrado
Moro, portanto, quando agride a lei, não é figura isolada na paisagem cinzenta da magistratura brasileira. O ainda juiz Sérgio Moro, ora a caminho das férias, faz praça de onipotente, durão, inflexível, o que ajuda a bem cuidada construção da imagem de vingador...
JUDICIÁRIO: Senado aprova aumento de 16% nos salários dos ministros do STF
Medida altera remunerações de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil e eleva teto de todo o funcionalismo público O Senado aprovou nesta quarta-feira (7) um aumento de 16% os salários dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF): de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. A...
Juiz de Buritis (RO) manda despejar na rua agricultores e agricultoras
“No momento da desocupação as pessoas declarando não ter lugar para se abrigarem o(a)(s) Sr.(a)(s) Oficial (a)(s) de Justiça deverá deixa-las no Distrito de Jacinópolis em via pública”. (Por Josep Iborra – CPT Rondônia | Imagem: Comunidade Nova...
Belém recebe Festival de Música Brasileira com programação até domingo
Festival é realizado pela Fundação Carlos Gomes. Toda a programação é aberta ao público com entrada franca. A Fundação Carlos Gomes promove o 34° Festival de Música Brasileira, em Belém, até o próximo domingo (11). Toda a programação é aberta ao público com...
Após fugas de presos, tropas da PM ocupam presídios no Pará
Cerca de 200 policiais participam da ação para evitar novas ocorrências de libertação de presos. Os complexos penitenciários de Marituba e Santa Izabel, na região metropolitana de Belém, estão ocupados desde a última segunda-feira (5), por tropas do Comando de...
Jatene vai demitir seis mil temporários para maquiar as contas
Em muitos dos seus discursos, Simão Jatene sempre pregou o equilíbrio das contas do Estado, propalado com o discurso da austeridade e da preservação da receita pública. Mas a realidade pode ser pior do que diz o atual governador. É que o Diário teve acesso a um...
O livro de uma vida
Foram oito dias percorrendo as rodovias do sul e sudeste do Pará. Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Conceição do Araguaia, Rio Maria e Xinguara. Eu, Paulo Fonteles Filho e o motorista Rubens. A ideia era encontrar pessoas que conviveram diretamente com Paulo Fonteles, no período em que ele era conhecido como ‘advogado do mato’ por defender posseiros e lavradores contra desmandos do latifúndio em plena ditadura militar.
Estar nessa região não é exatamente uma novidade, mas a cada vez há coisas a levar como aprendizado, experiência, exemplo. A missão nossa era coletar depoimentos para o livro que estou escrevendo sobre a vida de Paulo Fonteles, cujo assassinato completa 30 anos em junho próximo. Faz parte das atividades que o Instituto que leva o nome do ex-deputado está preparando para lembrar Fonteles.
É um privilégio e uma responsabilidade fazer parte disso. Nos caminhos encontramos com personagens admiráveis como Davi dos Perdidos, Luzia Canuto, Zé Polícia, Zé da Paula, Edna dos Perdidos, Maria Oneide, João de Deus. Tantos que ajudaram a construir essa história heroica, mas repleta de sangue dessa parte relegada do Brasil.
Descubro com mais clareza que os camponeses reagiram à altura também aos ataques de pistoleiros. A resistência armada foi real e significou mais uma das tantas guerras perdidas do Brasil, como bem relatou algumas o jornalista Leonencio Nossa, em uma bonita série de reportagens anos atrás.
Numa dessas noites, regada a carne de carneiro na casa de Zé da Paula, eu escutava, embevecido, as histórias desses homens e mulheres já na casa dos 70 anos, lembrando as histórias dos acampamentos que se tornaram hoje assentamentos produtivos, tantos anos depois. Zé da Paula e Valdemir contando como tiveram que sair da região e passar alguns anos fora por conta de ameaças sofridas. Entre risos, cervejas, cachaça, churrasco, as memórias afloravam. Eu olhava algumas fotos antigas, como a da musa de todos, Lu, uma jovem bonita, filha de uma das famílias mais ricas de Minas Gerais e com espírito comunista. Lu criou um bar de MPB numa Conceição do Araguaia que efervescia. Olho a foto dela na beira do rio sorrindo e depois olho para uma foto dela atual, com quase 80 anos, convivendo com o mal de Parkinson.
Comparar essas duas fotos foi para mim um dos momentos mais tocantes dessa viagem, pois me fez pensar em trajetórias de vida, principalmente quando a vida se torna algo mais rico do que qualquer outra experiência.
Estar com essas pessoas, ouvir o que elas têm pra dizer, é uma experiência que gostaria muito que os que pensam nesse muro de ódio e preconceito a dividir o Brasil, pudessem ter a oportunidade de presenciar.
A história foi vivida por essas pessoas. Algumas não sobreviveram para contá-la, mas os que resistiram podem dizer como Davi dos Perdidos. “Eu venci, pois diziam que eu ia morrer de morte matada. Não conseguiram”.

BELÉM




