ESPECIAL: PAULO FONTELES SEM PONTO FINAL
Este livro-reportagem de Ismael Machado é um reencontro vivo e impactante com a memória desse exemplar militante comunista, exultante e abnegado defensor do povo pobre da vasta região amazônica, estendida ao estado do Pará. A obra descreve com precisão como o apropriadamente qualificado “advogado do mato” foi morto pela execução de um “crime bem planejado”, realizado por profissionais que vivem desse macabro mister, sustentados mediante paga de manda-chuvas do latifúndio, verdadeiros donos do poder na região.
Renato Rabelo
Direitos Humanos e o acesso à terra
Desde a sua fundamentação o MST luta pela acesso à igualdade e segurança social Por Maura SilvaDa Página do MST Nesta segunda-feira (10), a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos. O documento - que defende a igualdade, a dignidade das pessoas...
PSOL apresenta voto em separado para barrar aprovação do Escola Sem Partido
Meses de obstrução do PSOL na Câmara e de outros partidos adiaram a votação do Projeto de Lei 7180/2014 – Escola Sem Partido na Câmara dos Deputados A bancada do PSOL na Câmara apresentou, em comissão especial, voto em separado contra o Projeto de...
PCdoB repudia morte de trabalhadores rurais na Paraíba e cobra punição
Assassinato de trabalhadores rurais causou indignação no acampamento do MST A direção estadual do PCdoB na Paraíba divulgou nota em que repudia o assassinato de dois trabalhadores rurais do MST na noite deste sábado (8), na cidade de Alhanbra, e cobra rigorosa punição...
Bolsonaro pede que STF desarquive processo contra Jean Wyllys
A defesa do presidente eleito Jair Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que desarquive o processo contra o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) por calúnia e injúria. O arquivamento foi feito porque Bolsonaro teria apresentado a ação fora do prazo, mas...
“A nossa luta não tem como não ser anti-capitalista”, diz Dida Dias
Perdeu o #NegrasVozes na Fundação Lauro Campos? Vê só como foi a fala da militante do PSOL e do movimento negro, Dida Dias. FONTE: https://www.laurocampos.org.br/2018/12/07/a-nossa-luta-nao-ter-como-nao-ser-anti-capitalista-diz-dida-dias/
Ex-deputado João Batista é homenageado nos 30 anos de seu assassinato
Depoimentos emocionantes marcaram o ato que homenageou o ex-deputado João Batista, assassinado há 30 anos no Pará, a mando da União Democrática Ruralista (UDR. O ato político, realizado nesta quinta-feira (6), foi uma iniciativa da ex-deputada Sandra Batista, viúva de...
Conta de luz é tema de sessão especial na Alepa
Deputados estaduais, vereadores, representantes de movimentos sociais e da empresa participaram da sessão na segunda-feira (10). Por G1 PA — Belém Uma sessão especial discutiu na segunda-feira (10) a qualidade dos serviços prestados pela concessionária de energia do...
Justiça suspende decoração de Natal de R$ 1,3 milhão em Parauapebas, sudeste do Pará
Suspeita é que houve superfaturamento no serviço contratado pela prefeitura. Por G1 PA — Belém A Justiça do Pará mandou suspender a decoração de Natal contratada este ano pela Prefeitura de Parauapebas, no sudeste do Pará. A suspeita é de que houve superfaturamento no...
O livro de uma vida
Foram oito dias percorrendo as rodovias do sul e sudeste do Pará. Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Conceição do Araguaia, Rio Maria e Xinguara. Eu, Paulo Fonteles Filho e o motorista Rubens. A ideia era encontrar pessoas que conviveram diretamente com Paulo Fonteles, no período em que ele era conhecido como ‘advogado do mato’ por defender posseiros e lavradores contra desmandos do latifúndio em plena ditadura militar.
Estar nessa região não é exatamente uma novidade, mas a cada vez há coisas a levar como aprendizado, experiência, exemplo. A missão nossa era coletar depoimentos para o livro que estou escrevendo sobre a vida de Paulo Fonteles, cujo assassinato completa 30 anos em junho próximo. Faz parte das atividades que o Instituto que leva o nome do ex-deputado está preparando para lembrar Fonteles.
É um privilégio e uma responsabilidade fazer parte disso. Nos caminhos encontramos com personagens admiráveis como Davi dos Perdidos, Luzia Canuto, Zé Polícia, Zé da Paula, Edna dos Perdidos, Maria Oneide, João de Deus. Tantos que ajudaram a construir essa história heroica, mas repleta de sangue dessa parte relegada do Brasil.
Descubro com mais clareza que os camponeses reagiram à altura também aos ataques de pistoleiros. A resistência armada foi real e significou mais uma das tantas guerras perdidas do Brasil, como bem relatou algumas o jornalista Leonencio Nossa, em uma bonita série de reportagens anos atrás.
Numa dessas noites, regada a carne de carneiro na casa de Zé da Paula, eu escutava, embevecido, as histórias desses homens e mulheres já na casa dos 70 anos, lembrando as histórias dos acampamentos que se tornaram hoje assentamentos produtivos, tantos anos depois. Zé da Paula e Valdemir contando como tiveram que sair da região e passar alguns anos fora por conta de ameaças sofridas. Entre risos, cervejas, cachaça, churrasco, as memórias afloravam. Eu olhava algumas fotos antigas, como a da musa de todos, Lu, uma jovem bonita, filha de uma das famílias mais ricas de Minas Gerais e com espírito comunista. Lu criou um bar de MPB numa Conceição do Araguaia que efervescia. Olho a foto dela na beira do rio sorrindo e depois olho para uma foto dela atual, com quase 80 anos, convivendo com o mal de Parkinson.
Comparar essas duas fotos foi para mim um dos momentos mais tocantes dessa viagem, pois me fez pensar em trajetórias de vida, principalmente quando a vida se torna algo mais rico do que qualquer outra experiência.
Estar com essas pessoas, ouvir o que elas têm pra dizer, é uma experiência que gostaria muito que os que pensam nesse muro de ódio e preconceito a dividir o Brasil, pudessem ter a oportunidade de presenciar.
A história foi vivida por essas pessoas. Algumas não sobreviveram para contá-la, mas os que resistiram podem dizer como Davi dos Perdidos. “Eu venci, pois diziam que eu ia morrer de morte matada. Não conseguiram”.