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Dando sequência a onda de criminalização dos movimentos sociais do governo Temer, a Polícia Civil emitiu 26 mandados judiciais e prendeu 8 militantes do Movimento sem Terra (MST) nesta sexta-feira (4), além de invadirem a Escola Nacional Florestan Fernandes a tiros, localizada em Guararema, São Paulo. A ação, batizada de “Castra”, ocorre também em Quedas do Iguaçu, Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul, no Paraná e no Mato Grosso do Sul.
De acordo com os relatos, a invasão na Escola Florestan Fernandes, em SP, ocorreu quando os policiais chegaram em 10 viaturas, sem mandado de busca e apreensão, por volta das 09h25, fechou o portão da Escola e pulou a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços de balas recolhidos comprovam que nenhuma delas eram de borracha e sim letais. Neste momento a policia está em frente à ENFF, recuaram e estão aguardando um mandato de prisão.
O MST reafirma que repudia a ação da policia de São Paulo e exige que o governo tome as medidas cabíveis nesse processo. “Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e não uma organização criminosa”, reintera a organização social.
A Escola Nacional Florestan Fernandes é tida como um marco nas conquistas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e reúne em um mesmo espaço cursos de formação para integrantes do MST e de outros setores e entidades ligados ao campo e às lutas sociais.
No Paraná, segundo a imprensa, os alvos da operação da Polícia são integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O advogado do MST no Paraná, Claudemir Lima, denunciou o conteúdo da detenção dos 8 militantes. “Vou participar da audiência de custódia e depois vamos ver o que fazer, mas todas essas prisões são políticas”, argumentou.
Um dirigente nacional do MST também está entre os alvos da operação. Eles são suspeitos de participar de “organização criminosa”, segundo a polícia.