Todos os 11 policiais militares acusados de ter participado da chacina que deixou 10 trabalhadores rurais mortos em Pau d’Arco, no dia 24 de maio deste ano, solicitaram ao comando da Polícia Militar (PM) licença para tratamento de saúde poucos dias após o massacre.
E o mais interessante: os pedidos foram concedidos, com data retroativa a 29 de maio, em que pese os mesmos policiais estarem presos desde segunda-feira (10), uma manobra para blindar acusados.
O DIÁRIO teve acesso ao boletim geral da PM, de número 133, publicado ontem (13), onde é publicada a concessão da licença de 60 dias para cada um dos suspeitos.
O documento é assinado pelo diretor de pessoal da PM, coronel Paulo Eduardo Mendes de Campos, que concedeu a licença mediante um relatório complementar de ação psicossocial, feito no dia 19 de junho, e homologado pelo médico perito isolado, 1º tenente Ivan Cesar de Castro Júnior, que, em Redenção, prestaria serviços ainda como médico ginecologista, segundo uma pesquisa feita pela reportagem.
O período de licença do tratamento para os policiais militares começou a vigorar no dia 29 de maio, 5 dias após os assassinatos na fazenda Santa Lúcia.
Foram beneficiados, na ocasião, os seguintes policiais lotados em Redenção: tenente-coronel Carlos Kened Gonçalves de Souza, 2º tenente Rômulo Neves de Azevedo, 2º sargento Adivone Vitorino da Silva, terceiros sargentos Orlando Cunha de Sousa e Ronaldo Silva Lima, cabos Weliton da Silva Lira, Ricardo Moreira da Costa Dutra e Cristiano Fernando da Silva e os soldados Rodrigo Matias de Sousa, Jonatas Pereira e Silva, Neuily Sousa
A Justiça do Pará expediu 13 mandados de prisões temporárias contra policiais acusados de participarem da chacina.
Os crimes ocorreram após mandados de prisão, busca e apreensão na fazenda.
Na época, o Governo do Estado alegou que houve confronto entre policiais e os ocupantes da área.
Os mandados de prisão foram expedidos na última sexta-feira (7), pelo juiz de Redenção, Haroldo Silva da Fonseca, a pedido do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
Os promotores de Justiça de Redenção, Alfredo Martins de Amorim, José Alberto Dantas e Leonardo Lima Caldas, assinaram o pedido de prisão temporária com base na delação de 2 policiais civis.
Segundo a lei, a prisão é por 30 dias, pois trata-se de crime hediondo, podendo ser prorrogada por igual período.
Após esse prazo, os policiais podem ser liberados ou ter pedido de prisão definitiva decretada.
Já não ha mais o que provar que o Brasil, é o pais da impunidade.