Desde o dia de ontem, 16/02, o Estado do Rio de Janeiro vive uma intervenção militar na área da segurança pública, fato inédito desde a instauração do regime de 1988, patrocinada pelo Governador Pezão e pelo golpista e ilegítimo Presidente da República, Michel Temer. A partir desse momento, todo o aparato das polícias civil e militar ficam chefiadas pelo general Braga Netto, um reconhecido especialista em intervenção militar na segurança pública nas grandes cidades.
Temer mente em rede nacional
Assistimos espantosos o pronunciamento de Michel Temer em rede nacional que afirmou: “Não aceitaremos mais passivamente a morte de inocentes. É intolerável que estejamos enterrando pais e mães de família, trabalhadores honestos, policiais, jovens e crianças. Estamos vendo bairros inteiros sitiados, escolas sob a mira de fuzis, avenidas transformadas em trincheiras. Não vamos mais aceitar que matem nosso presente, nem continuem a assassinar nosso futuro.”
Temer, que segundo as últimas pesquisas, tem 3% de aceitação, é o presidente mais impopular da história do país e se mantém governando e aprovando medidas antipopulares, de ataques aos direitos do povo pobre e de ameaças as liberdades democráticas, porque atua num método de troca de favores com um Congresso Nacional que em sua ampla maioria é composto por representantes dos interesses mais atrasados de nossa sociedade.
É por isso que o presidente golpista tentar esconder que há um aprofundamento da crise política, social e econômica no país e que o estado do Rio de Janeiro é parte desta crise. Temer mente quando tenta sustentar que o problema da segurança pública das grandes cidades podem ser resolvidos simplesmente pela militarização dos centros urbanos e das áreas periféricas, causando um verdadeiro sentimento de terror justamente nos setores mais marginalizados e pauperizados das cidades: a juventude negra e periférica que vive sob um processo contínuo de extermínio e de hiper-encarceramento.
Não a Intervenção! Dinheiro para as áreas sociais!
O ilegítimo presidente, esconde que a intervenção militar custará milhões aos cofres públicos, recursos que poderiam ser aplicados em medidas que pavimentassem a construção de um outro futuro para os trabalhadores, a juventude, as mulheres e o povo pobre em geral do Estado Rio de Janeiro.
O RJ vive sob um caos social completo, os servidores públicos estão a mais de um ano com salários atrasados, turmas e escolas estão sendo fechadas, mais de 900 educadores aprovados em concurso público esperam suas nomeações, o nível de precarização da UERJ (Universidade do Estado do RJ) é tamanha que a suspensão de aulas é constante, os hospitais estão parcialmente paralisados e foram canceladas os planos de saneamento básico e de moradia popular.
Uma agenda política e social que esteja a serviço da melhoria de vida do povo e da superação dos complexos e históricos problemas da segurança pública não se limita ao armamento, militarização e aumento da repressão, mas sobretudo com a garantia de direitos, dignidade, moradia, educação e saúde para todos, em especial aos que vivem em condições de vulnerabilidade.
Nesse sentido o Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos repudia veementemente a intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro e se soma ao chamado da Greve Geral do próximo dia 19 de fevereiro para seguir a luta contra a ampliação do golpe ao povo brasileiro e na imediata derrota da reforma da previdência!
Nenhum direito a menos!
Greve Geral contra a reforma da previdência!
Fora Temer!