A promotoria de Justiça Militar havia cobrado plano para combater as ameaças. Prazo esgotou e Comando-Geral da PM não respondeu, segundo MP.
A promotoria de Justiça Militar converteu em inquérito civil o procedimento preparatório que cobrava esclarecimentos do Comando-Geral da Polícia Militar sobre o aumento da violência contra policiais no Pará.
A medida foi tomada, de acordo com o Ministério Público do Pará (MPPA), porque a PM não respondeu às solicitações do oficio emitido pelo promotor Armando Brasil.
O pedido foi feito no dia 13 de abril, com prazo de 72 horas para resposta. O documento questionava a necessidade e a efetividade de manutenção do policiamento militar em trailer.
Uma policial militar foi baleada em um atentado a um trailer no Porto da Palha, no bairro da Cidade Velha. Antes disso, uma chacina na região metropolitana após a morte do PM Ivaldo Joaquim Nunes da Silva, de 49 anos, e do cabo Ernani Rogério Silva da Costa, 32 anos. Nos primeiros meses deste ano, 17 militares foram assassinados, segundo a Associação de Cabos e Soldados da PM.
O documento questiona:
- quais providências estão sendo adotadas pelo comando da Polícia Militar no sentido de salvaguardar a integridade física dos policiais militares, fora de serviço e de seus familiares?
- se há necessidade de manutenção de policiamento em trailer, bem como esclareça qual a sua efetividade;
- quantas munições e carregadores de pistola são pagas aos policiais militares que integram o efetivo de área?
- qual a cota de combustível paga as viaturas empregadas em serviço da PM, bem como se a respectiva cota é suficiente para o cumprimento da missão constitucional da Polícia Militar?
Em entrevista ao G1, o promotor Armando disse que “é preocupante a violência desmedida que estamos convivendo” e que a situação de ameaças contra os policiais é uma “disfunção social saindo do controle”.