O jornal O Estado de São Paulo, porta voz do rentismo da Avenida Paulista, conclama em editorial as forças conseqüentes do país para o manifesto liderado por FHC que defende a formação de um “pólo democrático e reformista”.
Por Ricardo Capelli*
O Estadão chama isso de “mobilização pela democracia”. Segundo a família Mesquita, a democracia estaria ameaçada pela radicalização, por uma suposta “venezuelização” com a cristalização de forças, na extrema esquerda e na extrema direita que, avessas ao jogo democrático, são uma ameaça ao futuro da nação.
Prossegue afirmando que isto é subproduto da destruição da política, um erro que precisa ser superado. A população, encantada pela “não política”, procura saídas onde não existem.
Eremildo, O Idiota, deve estar incomodado. A família Mesquita quer estender seu honroso título para todos os brasileiros.
Quem levou o país à radicalização, depondo uma presidenta honesta e prendendo Lula num processo de exceção? Quem destruiu a economia nacional idolatrando torquemadas que demoliram a engenharia nacional, feriram gravemente a Petrobras, e agora estão tentando atacar as empresas nacionais líderes mundiais em exportação de proteína animal?
Qual será o próximo alvo? Operação “Soja Podre”? Operação “Amazônia Internacional”?
O Estadão e FHC estiveram na linha de frente da destruição da política, colocaram a disputa irracional e irresponsável pelo poder acima dos interesses nacionais. Criaram o caldo de cultura para o surgimento do fascismo. Agora, engolidos pelo monstro, gritam desesperados de maneira cínica por um “centro racional”.
O desespero é explicável. Alckmin patina nas pesquisas e a direita não tem hoje nenhum candidato competitivo. Estão desesperados porque parte do mercado financeiro começa a flertar com o fascista, vendo nele a única possibilidade de seu programa prosperar através do neoliberal Paulo Guedes, eventual ministro da fazenda do bufão.
O programa da Avenida Paulista não passa nas urnas. Alckmin está fadado ao fracasso. Meirelles vive numa realidade paralela, parece que ainda não saiu de Boston. Não sabe diferenciar um porco de um cabrito. Flávio Rocha é patético. Maia teve 3% na eleição para prefeitura do Rio.
Lula nunca foi um radical. A carta aos brasileiros e seu ministério, com Meireles, Furlan e Roberto Rodrigues foi a materialização de seu estilo conciliador. A direita brasileira, antinacional e antipovo, é que sempre foi radical e golpista. Getúlio, JK, Jango e Lula, perseguidos, estão aí para quem não quer fraudar a história.
Estes irresponsáveis aventureiros jogaram o país no buraco e agora querem travestir-se de “centro democrático”. Com uma mão ateiam fogo, com a outra, cinicamente, gritam pelo bombeiro.
Mais uma demonstração cabal de que, se a esquerda tiver juízo e se unir, considerando o drama do PT e a necessidade de compreensão com os companheiros, mas fazendo tudo certo na hora certa, nós temos tudo para ganhar as eleições.
O inimigo está acusando o golpe. Quem tem autoridade para atrair parcelas do verdadeiro e existente centro democrático é o novo projeto nacional de desenvolvimento. É ele que apresenta perspectiva para o povo.
*Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes.