Além do desabastecimento de produtos hortigranjeiros em feiras e supermercados, também já há suspensão de aulas na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) nos campi do Estado.
Por G1 PA, Belém
Ao menos 17 pontos de interdição ainda são registrados nas rodovias federais e estaduais do Pará, nesta segunda-feira (28). A paralisação dos caminhoneiros chega ao oitavo dia com registros de desabastecimento de produtos hortigranjeiros na Central de Abastecimento do Pará (Ceasa) e nos supermercados. Também já há suspensão de aulas na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) nos campi do Estado.
Desde o dia 18 de maio, quando a Petrobras anunciou mais uma alta do valor nas refinarias, a categoria começou a mobilização em vários estados do país. Mesmo após o anúncio do governo de que atendeu as reivindicações dos caminhoneiros, a categoria segue concentrada nas estradas do Pará.
Foram confirmadas pela Polícia Rodoviária Federal a manutenção das interdições parciais nos mesmos pontos de domingo (27). O km 248 da BR-155, em Eldorado dos Carajás; os km 19, 23 e 27 na BR-316 nos dois sentidos, em Benevides; o km 128 da BR-230, em Marabá; o km 340 da BR-155, também em Marabá; o km 150 da BR-316, em Capanema; o km 274 da BR-010, em Mãe do Rio; o km 202 da BR-316, em Santa Luzia; e o km 778 da BR-158, em Santana do Araguaia. Os caminhoneiros só deixam passar carros pequenos, ambulâncias e veículos com produtos perecíveis.
Já a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), informou que dos nove pontos monitorados, apenas seis mantém a concentração de caminhoneiros, sem obstrução de vias. A mobilização acontece no km 100 da PA-275, em Parauapebas; no km 69 da PA-483, em Abaetetuba; no km 25 da PA-39, em Mosqueiro; no km 12 da PA-256, em Paragominas; na PA-160 na saída para Canaã dos Carajás; e no km 12 da PA-140. Os dados foram atualizados no fim da tarde de domingo.
Veja os principais reflexos da paralisação no estado:
Alimentação
- Segundo a Associação Paraense de Supermercados (Aspas), algumas lojas registram falta de itens específicos, mas garante que não há desabastecimento geral. De acordo com a associação, os reflexos da paralisação continuam sendo os itens perecíveis, como frutas, legumes e verduras. Os demais produtos possuem estoques para muito tempo.
- No interior, onde o abastecimento está prejudicado, o Governo autorizou escolta do Exército Brasileiro;
- A Central de Abastecimento do Pará (Ceasa-PA) registrou, de domingo para esta segunda, a entrada de dez caminhões regionais no complexo e nenhum importado. Os feirantes foram reabastecidos com coentro, quiabo, couve, caruru, chicória, vagem, mamão, abacaxi, laranja, ovo, cebolinha, jambu, pimenta de cheiro. Esse produtos vieram de Santo Antônio do Tauá, Salvaterra, Capitão Poço, Santa Izabel e Curuçá.
- Na Ceasa os preços subiram: a banana nanica está sendo comercializada a R$ 45 – caixa com 18KG; batata inglesa por R$ 150 – saca com 48KG; cebola branca está custando R$ 90; tomate saladete é vendido entre R$ 100 e R$ 120 – uma caixa com 20KG; tomate longa vida, vendido entre R$ 80 e R$ 90; cenoura está custando R$ 65 – caixa com 20KG; e a abóbora com o preço de R$ 18 a saca com 20KG.
Aeroportos
- O aeroporto de Carajás, em Parauapebas, que ficou alguns dias sem funcionar por falta de combustível, voltou a operar ainda no domingo (27).
- O aeroporto de Belém manteve o funcionamento, sem registro de falta de combustível de aviação. Segundo a Infraero, a paralisação dos caminhoneiros não afeta o funcionamento de aeroportos no Pará. Ainda assim, os passageiros devem entrar em contato com suas companhias aéreas para saber sobre atrasos e cancelamentos. Nesta segunda-feira (28), dois voos da Azul, que deveriam pousar em Belém foram cancelados nos aeroportos de origem.
Combustíveis
- O abastecimento na capital já foi normalizado, após o fim da interdição do Porto Petrolífero Miramar, no sexta (25), por onde chega carregamento de combustíveis para Belém e algumas cidades do interior.
- O Sindicato dos Combustíveis de Derivados do Petróleo, Gás Natural, Bicombustíveis do Pará (Sindicombustíveis-PA) informou que as regiões inteiras do nordeste e o sudeste do Estado estão sem abastecimento.
Escolas e universidades
- Em Belém, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) viabilizou emergencialmente o abastecimento total de todos os carros, ônibus e lanchas que atendem as unidades de educação da rede municipal, incluindo os de mosqueiro e ilha do Combu. Sendo assim, os serviços da rede de educação seguem normalmente, inclusive com a entrega da merenda escolar e o projeto Caminho da Escola.
- Em Castanhal, as aulas da rede municipal foram suspensas nesta segunda e na terça (29), devido aos transtornos causados pela falta de abastecimento de combustível na cidade.
- A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) suspendeu as aulas nos Campi de Belém, Capanema, Capitão Poço, Paragominas, Parauapebas e Tomé-Açu, a partir desta segunda-feira (28). De acordo com o informe publicado no site da instituição, a paralisação dos caminhoneiros que ocasionou desabastecimento de combustível dificulta o deslocamento de discentes, docentes e técnicos de educação.
Saúde
- Em Belém, a Prefeitura garante que o fornecimento de vacinas, medicamentos e oxigênio estão normais na rede. A Secretaria de Saúde (Sesma) está monitorando a situação junto ao posto fornecedor de gasolina para o município a fim de evitar suspensão ou redução dos serviços.
- Em Castanhal, a Prefeitura informou que as ambulâncias da cidade estão sem combustível para circular, assim como todos os carros de serviços da administração pública.
Segurança
- Em Belém, as rondas em viaturas e motos da Guarda Municipal de Belém (GMB) estão garantidas, segundo a Prefeitura de Belém. Todos os veículos foram abastecidos.
Lixo
- Com relação à limpeza urbana, os veículos que realizam coleta de lixo domiciliar, de entulho, e equipamentos de drenagem estão com autonomia de combustível. Uma das empresas que realizam a coleta do lixo domiciliar garantiu reservas de combustível para realizar a coleta sem interrupção até quarta-feira (30). Outra empresa tem remessa de combustível programada para o início desta semana, o que deve assegurar os serviços de coleta até os primeiros dias do mês de Junho.
- A empresa que gerencia o aterro sanitário em Marituba garante que o combustível disponível possibilita operação normal das máquinas até a próxima quarta-feira.
Transporte
- Com o retorno do abastecimento de combustível em Belém, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) informou que a frota está circulando normalmente, sem necessidade de redução. De acordo com o sindicato, as empresas haviam informaram que só teriam combustível para rodar durante o último final de semana e com frota reduzida, mas a medida não precisará mais ser tomada.
- A escala de viagens sofre alterações no Terminal Rodoviário de Belém, desde a última quinta-feira (24). Houve redução e alteração das viagens e empresas já tiveram que cancelar algumas viagens.