Os réus foram presos na operação “Último Sorriso” e são investigados por crimes de injúria e difamação contra adversários políticos.
A Justiça do Pará negou, nesta segunda-feira (16), pedido de habeas corpus a dois réus que foram presos na operação “Último Sorriso” da Polícia Civil em Tucuruí, sudeste do Pará, acusados de integrar associação criminosa que criava e divulgava notícias falsas. Romolo Aquino de Oliveira Cuppari e Fábio Campos Nascimento são acusados de crimes de injúria e difamação contra adversários políticos, incluindo empresários, juízes, promotores de Justiça e delegados da Polícia.
A operação foi realizada no último mês de maio e cinco pessoas foram presas. Entre eles estão o major da Polícia Militar Leonardo do Carmos Oliveira e a advogada Gláucia Rodrigues Brasil Oliveira, que já foram acusados de envolvimento em operações ilegais de reintegração de terras e de clonagem para venda de carros roubados. A advogada já foi procuradora-geral no município. O quinto preso pela operação é André Luis Fonseca Fontana. O G1 tenta contato com a defesa dos acusados e ainda não obteve retorno.
Segundo o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), Romolo e Fábio já tiveram liminar anterior que concedia direito de responder em liberdade, mas o pedido foi cassado. A prisão preventiva deles foi mantida, segundo a Justiça, para garantir a ordem pública, conveniência da instrução penal e para aplicação da lei penal em caso de condenação.
Relembre o caso
A operação “Último Sorriso” terminou em cinco prisões e cumpriu oito mandados de busca e apreensão de computadores, HDs e pen drives em Tucuruí e região metropolitana de Belém. Segundo a Polícia, o grupo queria desestabilizar a ordem pública inventando notícias falsas.
O delegado responsável pela operação, Sandro Rivelino, titular da Superintendência Regional do Lago de Tucuruí, disse na época que as notícias falsas eram divulgadas em grupos de aplicativo de celular e em perfis da rede social Facebook. As mensagens vinham da cidade de Tucuruí e de outras cidades da região.
“Os ataques eram realizados por meio de publicações de postagens falsas e de ‘memes’ (montagens digitais) em redes sociais e citavam os nomes das vítimas de maneira criminosa”, explicou.
A investigações relacionadas ao caso continuaram para apurar se outras pessoas atuavam como financiadoras da grupo.