Executivo da Fundação FHC diz que candidato tucano, se eleito, deve manter pelo tempo “conveniente e necessário” nomes da atual equipe econômica do atual governo na Fazenda e no Banco Central
Em artigo publicado na coluna Opinião do jornal O Estado de S. Paulo na última sexta-feira (10), o superintendente executivo da Fundação FHC, Sergio Fausto, lista “em breves palavras” os motivos que fariam da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República a melhor para “recolocar o país nos trilhos e fazê-lo avançar”.
Ao listar as vantagens de Alckmin sobre a candidatura de Marina Silva (Rede), Fausto afirma que o tucano “está em condições de manter, pelo tempo que seja conveniente e necessário, quadros do atual governo” que, segundo ele, estariam realizando “excepcional trabalho” à frente do Banco Central e do Ministério da Fazenda.
Para ele, Alckmin e Marina seriam “duas alternativas qualificadas”, mas o ex-governador de São Paulo levaria vantagem por ter “de longe a melhor e mais experimentada equipe de assessores econômicos”, liderada por Persio Arida, que foi presidente do próprio BNDES e do Banco Central, durante o governo FHC, e posteriormente sócio do banqueiro Daniel Dantas no Opportunity.
Fausto defende ainda que Alckmin terá condições de realizar reformas ditas “modernizadoras”, pois conta com o apoio do chamado “centrão” – partidos pequenos e médios de direita e centro-direita que se destacam pelo fisiologismo. Ele reconhece que tais partidos são, de fato, representantes “do ‘atraso’ patrimonialista e clientelista”, mas põe a culpa nas forças “progressistas”, segundo ele, identificadas com o “corporativismo e dirigismo estatal”.
Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB) e o próprio Alckmin são os únicos candidatos que têm defendido publicamente a “reforma” trabalhista do governo Temer que, aprovada com o apoio do “centrão” e ao contrário do prometido, tem contribuído para o aumento do desemprego e da precarização, com aumento da informalidade no mercado de trabalho.