Denúncias apontam que os dois estudantes são membros de grupo que combinava de abusar sexualmente de garotas na Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém.
A Polícia colhe depoimentos nesta segunda-feira (13) de dois dos suspeitos de integrar grupo de rapazes que incitou abusos sexuais na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em Belém. Os suspeitos são ouvidos na Divisão de Prevenção e Repressão a Crimes Tecnológicos (DPRCT) da Polícia Civil, localizada no bairro do Telégrafo. De acordo com a Polícia, oito vítimas registraram ocorrência até então e cinco estudantes já foram identificados.
Segundo relatos das estudantes, os jovens mantinham grupo em aplicativo de mensagens instântaneas para combinar quando seriam os assédios e quais seriam as vítimas. O histórico das conversas vazou nas redes sociais e causou revolta por incluir imagens de alunas nuas, além de conteúdo de teor machista e com incitação ao estupro.
Em um trecho das conversas, algumas das mensagens dizem “Bora logo meter o estupro” e “Come ela por todos nós”. Outra pessoa retruca e fala “Estupro não. Sexo surpresa”. Em outros comentários é possível ler frases de teor racista como “Aí depois me perguntam por que não gosto de preto” e “Tô querendo comprar um anão. Acho que branco deve tá caro. Um negro deve ser mais barato”. As frases foram reproduzidas em cartazes como forma de protesto pelo campus.
Quatro alunas da universidade registraram queixa na Polícia Civil no dia 7 de agosto. Dois dias depois, a administração da Ufra se reuniu com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para esclarecer quais medidas devem ser tomadas no caso. De acordo com a universidade, será aberta uma investigação administrativa para apurar o caso.
O reitor da Ufra, Marcel Botelho, disse que “a universidade repudia totalmente esse tipo de ação”. “Nós não podemos cultivar a cultura do ódio. Não se pode combater crime com crime. O caso precisa ser investigado para que sejam tomadas as medidas certas”, afirmou.