Em nota, organizada santista criticou as ideias do candidato do PSL, que consideram ‘extremistas’ e levam à ‘marginalização da massa mais pobre’
por Redação RBA
A Torcida Jovem do Santos, principal organizada do time da cidade do litoral paulista, publicou nesta quinta-feira (20) nota de repúdio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República. De acordo com a agremiação, o presidenciável representa “ideias extremistas” e “reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre”.
Apesar de pregar o respeito à escolha de voto de seu associado, a organizada diz que seus associados não “votam em opressor” e se posiciona contra as pautas apresentadas por Bolsonaro. “São incompatíveis com as raízes da Torcida Jovem e não representam os interesses coletivos que sempre buscamos ao lado do povo e da massa santista. Nosso repúdio a essa pauta extremista não apaga o olhar crítico que temos em relação ao cenário político em geral, tomando como referência a nossa postura histórica de combate aos retrocessos sociais”, afirma o texto.
Os santistas relembram sua trajetória de luta pela democracia durante a ditadura civil-militar. A torcida ainda diz que sua composição é de trabalhadores de diferentes etnias e crenças, o que cria um compromisso pela liberdade. “Nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. Não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor”, acrescenta.
A manifestação dos santistas se soma a uma nota do presidente da Gaviões da Fiel, Rodrigo Tápia, principal torcida organizada do Corinthians, se posicionar contra o candidato de extrema-direita. O texto publicado pelo presidente da entidade corinthiana ainda diz que os associados eleitores do Bolsonaro devem “se retirar” da Gaviões.
Para o próximo dia 29, torcedores do Corinthians e Santos convocaram um ato de repúdio ao fascismo e à candidatura de Bolsonaro no Largo da Batata, em Pinheiros. Saiba mais.
Leia a íntegra da nota da Jovem:
A Torcida Jovem do Santos, ao longo dos seus 49 anos, construiu uma história marcante na luta pela democracia e contra a opressão que sempre tentou calar a voz da arquibancada. Uma luta que começou no final dos anos 60 enfrentando a ditadura militar e que se estende até hoje contra os mecanismos que almejam destruir o futebol popular e a nossa liberdade.
Nossa torcida é composta pela classe trabalhadora, por pessoas de diferentes etnias, crenças e demais individualidades que se unem como povo. Em função disso, e pelo nosso compromisso com a liberdade, nos posicionamos contra uma plataforma política que defende a ditadura militar como saída para os problemas do país. Não reconhecemos como opção viável um discurso que reforça o estereótipo preconceituoso que marginaliza o povo pobre e, por consequência, o torcedor.
Essa plataforma política é nociva para a evolução da sociedade e vai contra os ideais defendidos pela Torcida Jovem do Santos, que foram construídos com muito suor.
Respeitamos as escolhas pessoais de cada Tejota e não defendemos nomes específicos no atual panorama político, mas reforçamos a origem da nossa Torcida deixando claro que as pautas apresentadas pelo candidato Bolsonaro – e demais candidatos com o mesmo alinhamento ideológico – são incompatíveis com as raízes da Torcida Jovem e não representam os interesses coletivos que sempre buscamos ao lado do povo e da massa santista. Nosso repúdio a essa pauta extremista não apaga o olhar crítico que temos em relação ao cenário político em geral, tomando como referência a nossa postura histórica de combate aos retrocessos sociais.
A opressão jamais irá vencer a nossa luta por liberdade dentro e fora dos estádios!
TORCIDA JOVEM