A Conferência Estadual de Assistência Social reúne representantes do poder público e da sociedade civil para discutir sobre políticas públicas para diminuir a pobreza no Pará. O evento é realizado nesta quarta (18) e quinta-feira (19), no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, em Belém.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1.345.215 pessoas vivem atualmente em extrema pobreza no Pará. Ou seja, são famílias com renda mensal per capita de até R$85, conforme a lei que regulamenta o Programa Bolsa Família.
Os dados do IBGE ainda apontam que dos 20 municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), nove são da ilha do Marajó. Entre eles, Melgaço, com IDH 0,41; Chaves, com 0,45; e Bagre, com 0,47.
Na região centro de Belém, a pobreza extrema atinge jovens em situação de rua, como Pedro Henrique Dantas, 23. “Tem dia que come, tem dia que não. Já fiquei dois dias (sem comer) como ontem não comi nada. Passei dois dias dormindo sem comer nada (sic)”, relatou.
Camilo Castro, que dorme em uma cabana na rua, recebeu roupas novas de uma equipe de voluntários da Cruz Vermelha do Brasil. A condição em que vive, segundo ele, foi motivada pelo vício das drogas.
“É muito ruim, né. Muito difícil! A gente tem que sobreviver também, né? A gente procura esse lugar, esse espaço aqui. Às vezes, as pessoas perguntam por que que vocês mora na rua. Por que a gente não tem condições de pagar um aluguel, a gente não tem pra onde ir, né. Se tivesse pra onde a gente ir a gente não ficava aqui, não. Por que é difícil todo dia a gente dormir assim, no papelão, dormir assim no meio da rua. É perigoso também (sic)”, lamentou.
Menos investimentos
A secretária da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Ana Cunha, disse que o objetivo da conferência é buscar garantir o acesso ao Sistema Único de Assistência Social (Suas). A dificuldade, segundo ela, é que o Estado vem recebendo cada vez menos financiamentos para atender pessoas em situação de rua.
De acordo a secretária, mesmo assim os centros de acolhimento são oferecidos a essa população. “Acima de tudo não se pode obrigar o atendimento. Muitas vezes as pessoas perderam os vínculos familiares”, comentou.