O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados analisa nesta terça-feira (28), a partir das 14h30, dois pareceres preliminares sobre processos contra o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) por quebra do decoro. As representações foram protocoladas pelo PSB e o PT.
Na primeira, apresentada pelo PSB, o partido alega que o deputado teria assediado e ofendido a jornalista Basília Rodrigues, da Rádio CBN, no dia da votação de denúncia contra o presidente Michel Temer.
Na ocasião, ao ser indagado por jornalistas sobre a tatuagem que teria feito com o nome de Temer, o deputado respondeu a Basília com a seguinte frase: “para você só [mostro] se for de corpo inteiro”.
Após o episódio, a jornalista publicou em sua página pessoal no Facebook relato em que descrevia a indignação com a conduta do parlamentar. Na mesma rede social, Wladimir Costa afirmou que não havia possibilidade de assediar a jornalista “porque fugia totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, despertaria algum tipo de desejo em alguém”.
Ao recomendar o prosseguimento da representação, o relator, deputado Laerte Bessa (PR-DF), afirmou que os fatos apresentados contra Wladimir Costa estão demonstrados tanto pela narrativa da jornalista quanto na do próprio parlamentar em suas redes sociais.
“A conduta descrita na peça inicial pode configurar, em tese (ainda pendente de todo processo de ampla defesa e devido processo legal) possível ofensa ao decoro parlamentar, pois o dever de urbanidade no tratamento das pessoas que frequentam esta Casa Legislativa teria deixado de ser cumprido. Tal situação afetaria a credibilidade da própria instituição Câmara dos Deputados, o que recomenda a continuidade da apuração do ocorrido”, argumentou Bessa.
Ataque contra Maria do Rosário
Na outra representação, o PT acusa o deputado de usar o grupo de WhatsApp da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para atacar a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) por meio da veiculação indevida de imagem da filha dela.