por Isa Penna
“Um novo dia desponta no horizonte” disse Oprah e milhões de corações de mulheres no mundo todo sentiram, vibraram e confirmaram: Sim, as placas tectônicas de um mundo machista e racista estão se mexendo.
Os homens poderosos que comandam o mundo observam, atentos e preocupados, postando pedidos de desculpas por declarações machistas de outrora.
Esse ano foram muitos: José Mayers, Wiliam Waacks, Harvey Weinsteins, Kevin Spaceys, Laerte Rimolis, Charlie Roses, Lois C. Ks, Ben Afflecks.
Donald Trump, o presidente dos EUA é acusado de assédio e 54 parlamentares norte-americanas pediram sua responsabilização em 12/12/2017.
O tempo deles está acabando.
O tremor que estão sentindo vem de baixo para cima e não é só: Tem a tsunami do feminismo que se propaga e inunda as redes sociais, comunidades, rádios, escolas e slams.
É a bunda da Anitta sem photoshop, é o discurso de Oprah Winfrey e o ativismo das mulheres em hollywood. É a campanha “Mexeu com Uma, Mexeu com Todas” no Brasil, a “Ni Una a Menos” na Argentina, o “Black Lives Matter” e o “#MeToo” nos EUA.
A hegemonia cultural machista e reacionária está abalada.
É a Mc Carol, a Ludmilla e a Carol Conka no funk. A Djamila Ribeiro na filosofia. Eleonora Menicucci, Marielle Franco, Áurea Carolinne e a Sâmia Bonfim nos parlamentos e governos. A Manuela Miklos e a Antonia Pellegrini, na produção de conteúdo de mídia. Paula Lavigne, Taís Araújo e Mônica Iozzi nos palcos. São as mulheres sem-teto que fizeram a primeira ocupação só de mulheres.
Somos muitas. Muitas além do que eles gostariam, mas, principalmente: Seremos cada vez mais.
As reações a esse crescimento não são espontâneas, ao contrário, veio de gente que entendeu direitinho o que e quem o feminismo ameaça.
O feminismo trata de igualdade e, sendo assim, ataca os privilégios econômicos, políticos e sociais que existem às custas também da exploração das mulheres. Se levado a sério – um feminismo de e para todas as mulheres – ataca quem detém hoje o dinheiro e o poder político no mundo.
Não à toa, Danuza Leão, a mesma que disse “Viva os homens!”, também havia comentado que: “não tem graça ir a Nova Iorque ou Paris e correr o risco de encontrar o porteiro do prédio onde eu moro”.
Tampouco é coincidência que os políticos acusados de assédio são os mesmos que mamam nas tetas do capitalismo e do machismo, são os: Aécio Neves, Jair Bolsonaro, Marcos Feliciano, ACM Neto, Gandra Filho, por exemplo.
Assédio sexual não é liberdade. É exatamente o oposto: um exercício de subjugação sexual, em que não há prazer, mas sim, medo.
O feminismo é certeiro.
A nossa diversidade nos fortaleceu. Mulheres negras, indígenas, trans, lésbicas, bissexuais, estudantes, trabalhadoras, artistas, sem-teto, intelectuais e mídia-ativistas.
Mulheres diversas, com demandas de políticas públicas diferentes, mas que também conseguiram achar o comum que nos unifica no dia a dia nas ruas e nas lutas.
Lutas para que ninguém mais tenha que dizer “#MeToo”. Na arte, para garantir que nenhum produtor artístico assedie novamente outra mulher. Na intelectualidade para garantir que nenhuma mulher volte a ser desqualificada. Nos palcos porque nós todas fomos feitas para brilhar.
A política é o campo que dita regras para todos os outros. Logo, é fundamental aumentar nossa voz e representação nos espaços de poder.
O machismo é inimigo da democracia e da igualdade.
Their time’s up!
FONTE: http://midianinja.org/isapenna/their-times-up-o-tempo-deles-acabou/