O município admite que 923 crianças estão cadastradas em uma fila de espera. Há apenas 39 unidades de educação infantil em Belém e o número não é suficiente, diz a Defensoria Pública.
Mais de 900 crianças estão na fila de espera para conseguir vagas em creches municipais de Belém. A Defensoria Pública está acompanhando a dificuldade dos pais e cobra na Justiça a criação de quase oitenta mil novas vagas.
As aulas na rede municipal se iniciaram, mas Adriana Santos e Rony Soares ainda não conseguiram uma vaga para a filha de um ano e sete meses perto de casa. “Fomos a três creches diferentes e nenhuma delas recebia pela idade, porque disseram que era berçário, sendo que nas três nenhuma disse onde teria berçário e estamos na fila de espera agora”, diz Rony.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, para 2018 foram disponibilizadas 4.484 vagas para crianças de até cinco anos. O município admite que 923 crianças estão cadastradas em uma fila de espera. Para essa demanda, novas vagas devem surgir ao longo do ano.
“Nós fazemos um cadastro de reserva e à medida que vão surgindo as vagas vamos chamando a população”, diz a coordenadora da educação infantil da Semec Célia Pena.
A dificuldade de cadastro chegou à Defensoria Pública do Estado. O órgão entrou com uma ação civil pública em setembro de 2017 para apurar possíveis irregularidades na distribuição das vagas, principalmente nos bairros onde a procura é maior. São Eles Curió Utinga, Mangueirão, Marambaia e Terra Firme.
O número de unidades de educação infantil da capital é bem menor que as 161 unidades informadas pela Secretaria de Educação de Belém. Há apenas 39 unidades de educação infantil em Belém e o número não é suficiente, diz a Defensoria Pública.
A Secretaria Municipal de Educação disse que, das 160 unidades de educação infantil, 55 são de tempo integral. Informou também que 20 novas escolas vão entrar em funcionamento até 2020.