Em 2017, 34 PMs foram assassinados no Pará. Em 2018 já são 4 até agora. Associação de Cabos e Soldados admite que a categoria está em uma guerra contra o crime.
Depois do assassinato de quatro policiais militares nos primeiros dias de 2018, a Associação de Cabos e Soldados denuncia falta de estrutura para o trabalho da corporação e admite que a categoria está em uma guerra contra o crime.
“Está tendo uma guerra entre o crime e a Polícia Militar”, diz o presidente da Acspmbm-PA Edivan Silva. No último sábado (20), o sargento Márcio Eliseu Pojo, de 45 anos, foi executado no conjunto Nova Jerusalém, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Três dias antes, João Francisco de Oliveira Lameira foi assassinado em uma abordagem policial em São Francisco do Pará.
No último dia 10, outro PM foi morto. Richard Farias Sousa foi baleado ao reagir a um assalto dentro de uma van em Benevides. O primeiro caso registrado em 2018 foi o do sargento Wladimir Odylo Gilibert de Matos, de 48 anos. O PM foi executado covardemente a poucos metros de casa, no bairro do Guamá.
Para as famílias, é um trauma difícil de superar. “Os policiais protegem a vida das outras pessoas e são totalmente desprotegidos pelo Estado. PM não ganha bem. E o pouco que ganha é pra tentar sair da vida de periferia, porque periferia, é o que aconteceu com meu pai”, diz Juliana de Matos.
“É preciso aumentar esse efetivo. É preciso que o Estado invista em segurança pública. Sabemos, por exemplo, que o combustível para a viatura hoje não é suficiente. Muitas das vezes ela tem que ficar fazendo ponto básico em um lugar aguardando o fato acontecer, enquanto deveria evitar que o fato acontecesse”, diz Edivan Silva.
Em 2017, 34 PMs foram assassinados no Pará.
A Secretaria de Segurança Pública do estado informou que tem investido em treinamento, aperfeiçoamento e orientação dos militares, seja durante a rotina de serviço, assim como no período de folga. A corregedoria da PM acompanha as investigações dos homicídios.