Paulo Sérgio Almeida Nascimento foi assassinado na madrugada de segunda-feira, 12, na porta da casa onde morava. Ele denunciava crimes ambientais.

Duas pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil como testemunhas no inquérito policial que investiga a morte de Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos, diretor de uma associação de indígenas e quilombolas que denunciava crimes ambientais em Barcarena, no nordeste do Pará. Outras seis testemunhas foram intimadas e ficaram de comparecer nos próximos dias.

Paulo Sérgio foi assassinado na madrugada de segunda-feira (12) na porta da casa onde vivia. A vítima morava junto com outra pessoa, que fugiu assustada logo depois do crime.

Este ano, um dos integrantes da associação procurou a Promotoria Militar pra dizer que as lideranças vinham sendo perseguidas por policiais e que as ameaças começaram depois de denúncias contra a Hydro.

“Essas ameaças já vinha e se intensificaram depois do embargo da Hydro. Há testemunhas que relatam que o veículo em que estavam os ocupantes que assassinaram o Paulo Sergio estava tendo cobertura de uma da Polícia Militar”, afirma o advogado Ismael Moraes.

No entanto, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou em nota que, até o momento, nenhuma denúncia referente ao caso do assassinato de Paulo Sérgio foi registrada na Corregedoria Geral da corporação.

Paulo Sérgio (direita) denunciava crimes ambientais.  (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Paulo Sérgio (direita) denunciava crimes ambientais. (Foto: Reprodução/TV Liberal)

Investigações

As investigações foram iniciadas logo após o crime, na madrugada de segunda-feira (12). No mesmo dia, os policiais civis intimaram as pessoas para prestar depoimentos na delegacia.Na noite de segunda-feira (12), os policiais estiveram por três vezes na comunidade do Ramal Fazendinha, onde ocorreu o crime, para tentar refazer a dinâmica da vítima. Com base em relatos de pessoas da comunidade, os agentes buscaram refazer o trajeto que a vítima fez, desde a noite anterior, até sua casa, na comunidade.

A vítima teria passado a noite anterior em um balneário localizado na região. Após isso, foi para sua casa, onde dormia durante a madrugada. A casa é localizada em uma área de invasão.

Por volta de 3h30, quando a vítima levantou para usar o banheiro, que fica no lado de fora da casa, foi alvejada pelos disparos de arma de fogo. O autor do crime fugiu por uma mata aos fundos do imóvel.

De imediato, as polícias Militar e Civil da região foram acionadas e passaram a fazer diligências para apurar o crime e tentar identificar o autor dos tiros. As equipes policiais realizaram na terça-feira (13) novas diligências em busca de outras informações sobre o crime e para localizar novas testemunhas.

As investigações contam com policiais civis de Vila dos Cabanos, da Superintendência da Polícia Civil de Abaetetuba e da Divisão de Homicídios de Belém. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) informou que irá solicitar ao Procurador Geral de Justiça do Ministério Público do Estado que designe um membro do Ministério Público do Estado para acompanhar as investigações.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/policia-ouve-testemunhas-do-assassinato-de-lider-comunitario-em-barcarena.ghtml