O Pará é o quarto Estado mais violento do país, segundo o Atlas da Violência 2018, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (5).
Segundo o Atlas da Violência, o Pará está entre as sete unidades federativas do Norte e Nordeste com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes, ficando atrás apenas de Sergipe, Alagoas e Rio Grande do Norte. Também estão na lista o Amapá, Pernambuco e Bahia.
Em 20 Unidades da Federação, a violência letal contra mulheres negras cresceu no período estudado, e os piores desempenhos ocorreram em Goiás e no Pará.
Veja o ranking com as maiores taxas de homicídio por 100 mil habitantes:
Sergipe – 64,7
Alagoas – 54,2
Rio Grande do Norte – 53,4
Pará – 50,8
Amapá – 48,7
Pernambuco – 47,3
Bahia – 46,9
Acre – 44,4
Ceará – 40,6
Roraima – 39,7
Mais da metade dos mortos são jovens
O grande aumento de mortes no Brasil também chama atenção. Em 2016, 33.590 pessoas entre 15 e 29 anos foram assassinadas, representando um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior.
O levantamento apontou que a “taxa média de homicídios de jovens homens no Brasil salta para 122,6 por grupo de 100 mil”.
O Atlas também afirma, que na década 2006-2016, houve aumento de 23,3% no número de vítimas nessa faixa etária.
Um dado que chamou a atenção quanto à mortalidade juvenil é a participação do homicídio como causa de mortalidade masculina. Dos jovens mortos, 94,6% são do sexo masculino. Entre jovens de 15 a 29 anos, 50,3% do total de óbitos era causado por violência.
Brasil bate recorde de mortes violentas
O Brasil, pela primeira vez na história, superou o patamar de 30 homicídios a cada 100 mil habitantes e registrou a marca histórica de 62.517 mortes violentas intencionais em 2016.
Segundo o Atlas, o Brasil registrou uma taxa de 30,3 mortes intencionais por cada 100 mil habitantes. A maior taxa já medida no Brasil havia sido registrada em 2014, quando alcançou 29,8 mortes intencionais por 100 mil habitantes.
No período de 2006 a 2016, o levantamentou apontou que 553 mil pessoas foram mortas de forma violenta no Brasil, o que inclui assassinatos, latrocínios e morte em decorrência de intervenção policial. Também no mesmo período, os homicídios cresceram 13,9%.
O levantamento aponta ainda, que 71,5% das pessoas assassinadas no país em 2016 eram pretas ou pardas. Em 2016, a população negra registrou taxa de homicídios de 40,2 mortes por 100 mil habitantes. O mesmo indicador para brancos, amarelos e indígenas foi de apenas 16 mortes por 100 mil habitantes.
(DOL com informações do UOL)