Tudo que foi decidido durante o evento realizado nesta terça-feira, 24, irá virar decreto. Segundo a Organização Ambiental Imazon. nos últimos 10 meses, o desmatamento correspondeu a duzentos mil campos de futebol.
Um encontro voltado para a conservação da Amazônia reuniu indígenas, quilombolas e ambientalistas nesta terça-feira (24) em Belém. Tudo que foi decidido durante o evento vai virar decreto. Segundo dados da Organização Ambiental Imazon, o desmatamento da Amazônia avança em florestas supostamente protegidas. Nos últimos 10 meses, esse número já corresponde a duzentos mil campos de futebol.
A pecuária teria sido a responsável pela maioria das derrubadas para transformar a floresta em pasto. Os estados mais atingidos pelo desmatamento foram Pará (33%), Mato Grosso (40%) e Amazonas (14%), informa a ONG em seu estudo divulgado em junho deste ano. “Nosso objetivo é definir as áreas mais importantes para a gente manter os recursos, as espécies, os ambientes, os serviços ecossistêmicos da Amazônia como um todo”, explica a diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi Ana Albernaz.
“Esse é um processo que envolve governo federal, estadual e municipal, porque, se por um lado o governo federal é o responsável pelo decreto que sai, que prioriza as áreas, por outro lado, tanto o federal quanto o estadual e o municipal têm a possibilidade de estabelecer as suas unidades de conservação”, explica a coordenadora de conservação e desenvolvimento da ONG TNC Karen Oliveira.
Ainda segundo os ambientalistas, quando um bioma como a Amazônia é desrespeitado dessa forma, o Brasil como um todo também é. Para evitar que sua aldeia e outras áreas de preservação sejam desmatadas ou afetadas por grandes empreendimentos, o indígena Lourenço Krikati, que vive em uma comunidade indígena no Maranhão, resolveu participar da última oficina de atualização das áreas prioritárias para a conservação da Amazônia.
“A vida ideal é com políticas públicas voltadas tanto para territórios indígenas como para outras áreas com os recursos naturais”, diz o membro da ONG Povos Indígenas do Maranhão.
O evento foi uma parceria da ONG TNC com o Museu Paraense Emilio Goeldi.