Decisão suspende recurso do TRE, que havia indeferido campanha do deputado por caixa dois e captação ilegal de dinheiro nas últimas eleições.

O deputado Wladimir Costa (SD-PA) está autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a prosseguir em campanha eleitoral. A decisão do ministro Edson Fachin, definida em sessão na segunda-feira (24), suspende o recurso do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE/PA) que havia indeferido a candidatura. Procurado pelo G1, o partido Solidariedade não se manifestou.

O TRE havia determinado o imediato afastamento de Wladimir da campanha eleitoral e da utilização de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Na decisão, os juízes citaram que o candidato foi condenado em 2016 por captação ilícita de recursos financeiros e caixa dois na campanha política referente às eleições 2014.

Fachin, no entanto, entendeu que a apresentação de recurso ao TSE contra decisão do TRE garante efeito suspensivo, e liberou Wladimir para fazer campanha até a decisão final da Corte.

Em 2017, Wladimir Costa foi condenado, por unanimidade, no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. Costa recorre junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Em 2016, ele já havia sido condenado a perda de mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA).Na ocasião, a Corte julgou a arrecadação e gastos ilícitos na campanha eleitoral do deputado. Wladimir Costa declarou que gastou R$ 642.457,48 durante sua campanha à Câmara Federal, mas segundo o MPE, o candidato deixou de declarar R$ 149.950 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas. O deputado recorreu da decisão.

16/04 - O deputado Wladimir Costa (Solidariedade/PA) solta confetes durante sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, em Brasília — Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

16/04 – O deputado Wladimir Costa (Solidariedade/PA) solta confetes durante sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, em Brasília — Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Wladimir Costa exerce seu quarto mandato na Câmara e se destacou durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, quando estourou um rojão de confetes durante seu discurso alegando que o governo do PT dava “um tiro de morte” no coração do povo brasileiro. O deputado usou o recurso em duas outras oportunidades, inclusive durante seu voto favorável ao impeachment durante a votação na Câmara.

Wladimir fes tatuagem com a palavra “Temer” no ombro direito. À época, ele alegou tratar-se de uma tatuagem permanente — Foto: O Globo

Wladimir fes tatuagem com a palavra “Temer” no ombro direito. À época, ele alegou tratar-se de uma tatuagem permanente — Foto: O Globo

Em julho de 2017, Wladimir fez aparição pública em Salinas, balnerário do Pará, com a palavra “Temer” tatuada no ombro direito. Acima do nome do presidente, aparecia uma bandeira do Brasil. À época, Costa declarou que a tatuagem seria permanente. Mas logo depois, ele não foi mais visto com o nome do atual presidente no ombro.

Em seu quarto mandato na Câmara, Wladimir saiu do PMDB em 2013, quando ingressou no Solidariedade. Em 2015, foi o parlamentar mais faltoso das sessões plenárias. De um total de 125 sessões, Wlad não esteve em 105. Participou apenas de 20. Do total de faltas, 93 foram justificadas por sua assessoria com atestados médicos relacionados a intervenções cirúrgicas em sua coluna vertebral. Outras 12 ausências não tiveram justificativa oficial.

Deputado Wladimir Costa (SD-PA) é flagrado pedindo 'nude' para uma mulher — Foto: Lula Marques

Deputado Wladimir Costa (SD-PA) é flagrado pedindo ‘nude’ para uma mulher — Foto: Lula Marques

Em agosto de 2017, durante as articulações para barrar o avanço das investigações sobre a denúncia que pesava contra ele por corrupção passiva, e que havia chegado à Câmara dos Deputados, Wladimir Costa foi flagrado, dentro do plenário e durante a votação, trocando mensagens com uma mulher em que pedia para ela “mostrar a bunda”, com a justificativa de que “não são suas profissões que a destacam como mulher”.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2018/09/25/tse-libera-campanha-de-wladimir-costa-ao-senado.ghtml