O deputado federal pelo PSOL Jean Wyllys (RJ) protocolou junto ao Ministério Público no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (26), representação contra o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), por apologia à tortura em uma rede social. Filho do candidato Jair Bolsonaro, bastante conhecido pelas suas posições conservadoras e preconceituosas, o vereador publicou na ferramenta stories de seu perfil de Instagram uma foto que mostra um homem ensanguentado, com os braços amarrados, um saco na cabeça e a hashtag #EleNão, se referindo à mobilização que vem sendo realizada por mulheres em todo o país. Na publicação, Carlos, além de marcar o perfil @direitapvh, escreveu: “Sobre pais que choram no banheiro”.
Na representação, Wyllys pede que o MP investigue o vereador por apologia à tortura e suspeita de incitação ao crime. O deputado do PSOL ressalta que, mesmo Carlos Bolsonaro se justificando que apenas reproduziu a obra de um artista — a qual ele não se referiu na postagem —, há fortes indícios de incitação ao ódio e à tortura.
“Essa desculpa é desonesta. O artista fez uma denúncia da tortura que o pai dele (do Carlos Bolsonaro) elogia e da qual faz apologia abertamente. Está clara a mensagem do artista: denúncia do horror da tortura. Quando o filho do fascista se apropria indevidamente da imagem-denúncia-da-tortura-e-seu-horror e, sem fazer referência à obra original, coloca a legenda com uma referências aos pais de LGBTs, ele transforma a imagem numa ameaça de tortura a nós LGBTs e a nossos pais e ao campo que hoje diz #EleNão (e que diz isso justamente porque ele e seu pai fazem apologia da tortura)”, ressaltou o deputado.