ESPECIAL: PAULO FONTELES SEM PONTO FINAL
Este livro-reportagem de Ismael Machado é um reencontro vivo e impactante com a memória desse exemplar militante comunista, exultante e abnegado defensor do povo pobre da vasta região amazônica, estendida ao estado do Pará. A obra descreve com precisão como o apropriadamente qualificado “advogado do mato” foi morto pela execução de um “crime bem planejado”, realizado por profissionais que vivem desse macabro mister, sustentados mediante paga de manda-chuvas do latifúndio, verdadeiros donos do poder na região.
Renato Rabelo
Indícios de corrupção em Tucuruí, no PA, provocam atraso em salários, obras inacabadas e fraudes licitatórias
Os casos são investigados pela promotoria de Justiça e envolvem tanto a prefeitura quanto a câmara municipal. Por G1 PA — Belém Servidores contratados no município de Tucuruí, no sudeste do Pará, reclamam que a prefeitura não vem pagando salários do funcionalismo...
UTILIDADE PÚBLICA: Hospital Regional de Marabá realiza campanha de doação de sangue
Ação segue até sexta-feira (14). Meta é coletar ao menos 120 bolsas de sangue. Por G1 PA — Belém O Hospital Regional do Sudeste do Pará promove até sexta-feira (14) a 34ª Campanha de Doação de Sangue. A ação será realizada no Hemopa Marabá, das 7h às 12h30. Nesta...
Justiça condena fazendeiro a reparar e indenizar desmatamento de área da Amazônia Legal
Destruição da mata começou em 2003, avançando de forma progressiva em 2004 e 2005 O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) condenou Neodir Brandeleiro pelo desmatamento de 337 hectares de floresta nativa da Amazônia Legal, no estado do...
Esta charge do Jota Camelo foi publicada em
Liberdade de Lula deve ser julgada no STF nesta terça
Pedido de habeas corpus é baseado na suspeição do juiz Sérgio Moro, depois de o magistrado ter aceitado ser ministro do governo Jair Bolsonaro (PSL) por Redação RBA A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pode julgar nesta terça-feira (4) o pedido...
Nota do Cimi sobre as agressões do Presidente eleito contra os Povos Originários do Brasil
Bolsonaro insiste em equiparar os povos a animais em zoológicos, o que é, por si só, inaceitável. por Jornalistas Livres Do site do CIMI São graves e preocupantes as ideológicas, anacrônicas e recorrentes declarações do presidente eleito sobre os povos...
Bolsonaro despreza defesa do meio ambiente
Protagonistas de um vexame global na defesa do meio ambiente, Bolsonaro e Temer empurram um para o outro a responsabilidade por retirar sua candidatura para sediar a Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas (COP-25), que ocorrerá de 11 a...
Brasil chega ao G20 como sombra dos Estados Unidos
Os países que lideram a economia mundial se reúnem nesta sexta-feira e no sábado (30 e 1°), em Buenos Aires, para debater temas como desenvolvimento, meio ambiente e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Por Iberê Lopes* A participação do Brasil nos...
O livro de uma vida
Foram oito dias percorrendo as rodovias do sul e sudeste do Pará. Marabá, São Domingos do Araguaia, São Geraldo do Araguaia, Conceição do Araguaia, Rio Maria e Xinguara. Eu, Paulo Fonteles Filho e o motorista Rubens. A ideia era encontrar pessoas que conviveram diretamente com Paulo Fonteles, no período em que ele era conhecido como ‘advogado do mato’ por defender posseiros e lavradores contra desmandos do latifúndio em plena ditadura militar.
Estar nessa região não é exatamente uma novidade, mas a cada vez há coisas a levar como aprendizado, experiência, exemplo. A missão nossa era coletar depoimentos para o livro que estou escrevendo sobre a vida de Paulo Fonteles, cujo assassinato completa 30 anos em junho próximo. Faz parte das atividades que o Instituto que leva o nome do ex-deputado está preparando para lembrar Fonteles.
É um privilégio e uma responsabilidade fazer parte disso. Nos caminhos encontramos com personagens admiráveis como Davi dos Perdidos, Luzia Canuto, Zé Polícia, Zé da Paula, Edna dos Perdidos, Maria Oneide, João de Deus. Tantos que ajudaram a construir essa história heroica, mas repleta de sangue dessa parte relegada do Brasil.
Descubro com mais clareza que os camponeses reagiram à altura também aos ataques de pistoleiros. A resistência armada foi real e significou mais uma das tantas guerras perdidas do Brasil, como bem relatou algumas o jornalista Leonencio Nossa, em uma bonita série de reportagens anos atrás.
Numa dessas noites, regada a carne de carneiro na casa de Zé da Paula, eu escutava, embevecido, as histórias desses homens e mulheres já na casa dos 70 anos, lembrando as histórias dos acampamentos que se tornaram hoje assentamentos produtivos, tantos anos depois. Zé da Paula e Valdemir contando como tiveram que sair da região e passar alguns anos fora por conta de ameaças sofridas. Entre risos, cervejas, cachaça, churrasco, as memórias afloravam. Eu olhava algumas fotos antigas, como a da musa de todos, Lu, uma jovem bonita, filha de uma das famílias mais ricas de Minas Gerais e com espírito comunista. Lu criou um bar de MPB numa Conceição do Araguaia que efervescia. Olho a foto dela na beira do rio sorrindo e depois olho para uma foto dela atual, com quase 80 anos, convivendo com o mal de Parkinson.
Comparar essas duas fotos foi para mim um dos momentos mais tocantes dessa viagem, pois me fez pensar em trajetórias de vida, principalmente quando a vida se torna algo mais rico do que qualquer outra experiência.
Estar com essas pessoas, ouvir o que elas têm pra dizer, é uma experiência que gostaria muito que os que pensam nesse muro de ódio e preconceito a dividir o Brasil, pudessem ter a oportunidade de presenciar.
A história foi vivida por essas pessoas. Algumas não sobreviveram para contá-la, mas os que resistiram podem dizer como Davi dos Perdidos. “Eu venci, pois diziam que eu ia morrer de morte matada. Não conseguiram”.