A charge como ferramenta de comunicação e arte.

por Paulo Emman

No dia 29 de junho de 2016 aconteceu o bate-papo com o cartunista e diretor de cultura do Instituto Paulo Fonteles de Direitos Humanos, Paulo Emman e o cartunista e historiador Walter Pinto na mesa redonda “Chargista: Profissão de risco”, realizada pelas faculdades de Comunicação e de Artes Visuais, da UFPA. Durante duas horas conversamos com os estudantes sobre a história e os desafios de ser chargista na Amazônia. Sob a coordenação dos professores Luiz Cézar – LZ, Ricardo Ono e Lívia Barbosa.

O tema em foco é bastante atual em virtude das mudanças politicas, sociais e tecnológicas do momento. Abordou-se a charge como linguagem estética, como arte e como forma de comunicação política.

O tema foi bastante amplo no sentido em que o historiador e cartunista Walter Pinto, desenvolve uma pesquisa sobre os caminhos históricos que a charge vem percorrendo desde os primórdios, quando o francês Honoré Daumier, século XIX, fez uma caricatura do rei Luís Filipe e acabou ficando preso por seis meses. Daumier é considerado o Leonardo da Vinci da caricatura. A pesquisa enfoca também os chargistas paraenses do início do século XX como: Ângelus e Teodoro Braga, da geração contemporânea dos anos 70 até hoje. Ainda em aprimoramento e pesquisa este projeto do Walter tende a resgatar muitas informações esquecidas nos arquivos públicos e particulares.

Abordando o tema mais atual Paulo Emman se concentrou na questão política da força da informação ideológica através da linguagem da charge nos meios de comunicação. Depois de uma entressafra pós-ditadura militar, nos últimos anos, em função da situação política nacional, o chargista engajado ou o chargista político de esquerda voltou à tona com toda força. Assunto para grandes discussões e debates já que o tema pede muita interpretação e avaliações subjetivas como a pergunta sobre o cartum ser ou não arte. Opiniões divergentes, mas significativas num debate muito rico que procura contribuir positivamente para o entendimento e formação de novos conceitos para a sociedade brasileira.