De acordo com o fontes do Planalto, Macedo é apadrinhando pelo PP que, por sua vez, confirma a indicação, mas afirma que sua nomeação é técnica, já que ele está no órgão há apenas dois anos.

As cadeiras do Cade são disputadíssimas. Responsável por julgar e punir administrativamente pessoas físicas e jurídicas que pratiquem infrações à ordem econômica, o órgão atrai interesses de todos os lados. Num governo de balcão, se transforma em moeda de troca.

A cobiça é porque quem ocupa a cadeira tem a possibilidade de interferir em decisões empresariais. Na denúncia contra Temer por corrupção passiva, o ato principal que deu origem à denúncia é a mala com R$ 500 mil supostamente destinada a Temer.

O ex-deputado e assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures teria recebido a mala com o dinheiro para atender a um contrato de R$ 406,6 milhões assinado entre uma termelétrica do grupo JBS e a Petrobras para fornecimento de gás boliviano, depois de suposta interferência do Cade.

Além disso, o Cade também supervisiona os acordos de leniência firmados por empresas envolvidas em atos de corrupção. A Odebrecht, por exemplo, aguarda a assinatura de um Termo de Compromisso de Cessação com o órgão para não ser multada e proibida de ser contratada pelo governo por cinco anos.

Além das empresas, o setor financeiro também tem interesses no Cade. O órgão investiga uma suposta manipulação das taxas de câmbio por um grupo de bancos.

De acordo com especialistas, o cartel provocou um rombo maior do que o causado pelos crimes de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Apesar disso, pouco se fala sobre as investigações que foram iniciadas em dezembro do ano passado.

O Cade investiga a possível formação de cartel por bancos que combinavam estratégias para fixar preços (spreads) na negociação de uma série de moedas, incluindo o real. Entre os bancos investigados estão BTG Pactual, Citibank, HSBC, BBM e BNP Paribas. Também há indícios da participação, em menor grau, do Itaú, Santander, ABN AMRO Real, Fibra e Societé Générale.

Ligações

Ainda sobre a indicação de Temer, Macedo seria ligado ao senador Ciro Nogueira (PI), que é presidente do PP. O parlamentar é citado por Joesley Batista em uma gravação na qual o executivo da JBS o critica por ter “prometido facilidades” para que ele usasse a Funcef, um dos maiores fundos de pensão do país, em seus negócios. Além disso, Ciro teria falado em “nomear gente do Cade, presidente da Vale” num momento considerado inadequado por Joesley.

Do Portal Vermelho, com informações de agências

FONTE: http://www.vermelho.org.br/noticia/301754-1