A agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real completa no mês de outubro 4 anos de atividade voltada à democratização e o acesso à comunicação às populações invisíveis da Amazônia. Como parte da programação de aniversário promove com a Banca do Largo, no dia 06 de outubro às 18 horas, o lançamento do livro da jornalista, escritora e documentarista Eliane Brum, “O Olho da Rua – uma repórter em busca da literatura da vida real”, no Largo São Sebastião, ao lado do Teatro Amazonas, no centro de Manaus.

O “O Olho da Rua” foi reeditado e ampliado neste ano pela editora Arquipélago. O livro é a travessia de uma repórter pelos vários Brasis, contada através de dez grandes reportagens feitas na primeira década do século 21.

As reportagens são ilustradas com imagens de fotógrafos que acompanharam a jornalista em suas viagens. Para cada uma delas há um texto que revela a história dentro da história, ao narrar os bastidores a partir dos dilemas, das descobertas e também das dores a que se lança uma repórter disposta a se interrogar sobre sua própria jornada.

Uma das reportagens do livro “O Olho da Rua” é “Coração de Ouro”, sobre o garimpo do Juma, que provocou a maior corrida do ouro desde Serra Pelada. O garimpo foi descoberto no Amazonas, em 2007.

Zé Capeta e a destruição de floresta com o garimpo do Juma, em Novo Aripuanã (Foto: Alberto César Araújo)

4 anos de jornalismo independente

Como parte das comemorações de aniversário, a Amazônia Real realiza às 9h30, também do dia 6 de outubro, a palestra “Escuta e transgressão: a reportagem como documento da história em movimento”, com a jornalista Eliane Brum, no miniauditório da Escola Superior de Artes e Turismo (Esat), na Av. Leonardo Malcher, 1.728, 2º. Andar, na Praça 14, em Manaus. O evento tem vagas limitadas (Informações: 9 8207 5542).

Na palestra, Eliane Brum vai falar por cerca de 1 hora e depois responderá perguntas da plateia com mediação da jornalista Elaíze Farias, cofundadora da Amazônia Real, e da professora-doutora Evany Nascimento, do Programa de Pós Graduação em Letras e Artes (PPGLA) da Universidade Estadual do Amazonas, instituições que apoiam o evento.

Amazônia Real, que é dirigida pelas jornalistas Kátia Brasil e Elaíze Farias, está entre as 100 startups de notícias digitais da América Latina pesquisas no estudo Ponto de Inflexão – Impacto, Ameaças e Sustentabilidade: Um Estudo dos Empreendedores Digitais Latino-Americanos, da organização espanhola SembraMedia e Fundação Omidyar Network.

A escuta como ferramenta da reportagem

Na palestra “Escuta e transgressão: a reportagem como documento da história em movimento”, Eliane Brum vai falar por cerca de 1 hora e depois responderá perguntas da plateia com mediação da jornalista Elaíze Farias, cofundadora da Amazônia Real, e da professora-doutora Evany Nascimento, do Programa de Pós Graduação em Letras e Artes (PPGLA) da Universidade Estadual do Amazonas, instituições que apoiam o evento.

Eliane Brum, que se define como “escutadeira”, vai falar sobre a escuta como principal ferramenta da reportagem. “Às vezes me perguntam como arranco as coisas das pessoas, mas não arranco nada. Para mim, arrancar é o contrário do que um repórter deve fazer. As pessoas me contam ou não me contam. Sempre que possível, nem mesmo faço a primeira pergunta, porque acho que a primeira pergunta é uma forma de controle. E um repórter deve estar disposto a abrir mão do controle em sua busca pelo outro”, costuma dizer a jornalista.

A jornalista Eliane Brum no exercício de escutar o outro (Foto: Lilo Clareto)

Gaúcha de Ijuí, Eliane Brum tem quase 30 anos de profissão. Foi repórter do jornal Zero Hora, de Porto Alegre (RS), e repórter especial da Revista Época, em São Paulo. A partir de 2010 passou a atuar como freelancer. Desde 2013, assina uma coluna quinzenal no jornal El País, que é publicada em português e em espanhol.

Como jornalista, Eliane Brum ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, entre eles Esso, Vladimir Herzog, Sociedade Interamericana de Imprensa, Rei de Espanha e Troféu Especial de Imprensa ONU, “por tudo o que já fez e vem realizando em defesa da Justiça e da Democracia”.

É autora de seis livros. Cinco deles são obras de não ficção: “Coluna Prestes, o avesso da lenda” (Artes&Ofícios, 1994, prêmio Açorianos de autora-revelação), “A Vida que Ninguém Vê” (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti de 2007), “O Olho da Rua” (2008, reeditado pela Arquipélago em 2017), “A Menina Quebrada” (Arquipélago, 2013, Prêmio Açorianos de Melhor Livro do Ano) e “meus desacontecimentos” (Leya, 2014). Eliane escreveu também um romance: “Uma Duas” (2011, Leya), que foi finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom.

Eliane também codirigiu os documentários “Uma História Severina” (Imagens Livres, 2005, vencedor de 17 prêmios nacionais e internacionais), “Gretchen Filme Estrada” (Mixer, 2010) e “Laerte-se” (Netflix, 2017). Também assina a direção do documentário independente “Eu +1: uma jornada de saúde mental na Amazônia”, financiado pela internet como parte do Projeto Clínica de Cuidado/Refugiados de Belo Monte”.

Eliane faz reportagens em diferentes regiões da Amazônia desde o final dos anos 90. Desde 2004, acompanha populações ribeirinhas na região da bacia do Xingu, no Pará. Em 2011, passou a acompanhar pessoas e comunidades atingidas pela hidrelétrica de Belo Monte. É idealizadora do projeto Refugiados de Belo Monte/Clínica de Cuidado, que levou uma equipe de profissionais de saúde mental para escutar e documentar o sofrimento dos atingidos por Belo Monte.

O que é?

Lançamento do livro “O Olho da Rua – uma repórter em busca da literatura da vida real”

Quando: 6/10 (sexta-feira)

Horário: 18 h

Local: Banca do Largo São Sebastião (ao lado do Teatro do Amazonas)

Informações: 092 98207 5542

 

Apoio:

Fundação Ford – Banca do Largo – PPGLA – UEA – GO Inn – SEC

FONTE: http://amazoniareal.com.br/jornalista-eliane-brum-lanca-o-livro-o-olho-da-rua-na-banca-do-largo-em-manaus/