O músico e poeta paraense Renato Torres escreveu um poema para Paulinho Fonteles, poeta, ativista de direitos humanos e comunista que nos deixou nesta quarta-feira após um infarto fulminante: Escreveu Renato: “a morte é um encante que faz insurgir o levante das lágrimas e da dor pra que os distraídos atentem”.
Confiram abaixo a íntegra do poema:
Para Paulo Fonteles Filho
da face do lutador
jorra a fonte
donde eles bebem,
distraídos
seus punhos
são a flor serena
que nunca descansa
enquanto os outros
dormem, silenciados
seu nome é Paulo, como o pai
imaginação e sêmen
lança em poemas
aos combates, bebe
a largos goles
os tragos da utopia
o lutador acredita
no que jorra incessante
de sua fonte primeira:
a bandeira de um
coração partido
pela bala corriqueira
dos mandantes sem rosto
para os outros (os desatentos)
resta o alento de saber
que seu suor e sorrisos
permanecem presentes
(a morte é um encante
que faz insurgir o levante
das lágrimas e da dor
pra que os distraídos
atentem)
Por Renato Torres