Confiram abaixo a íntegra do poema:

Para Paulo Fonteles Filho

da face do lutador
jorra a fonte
donde eles bebem,
distraídos

seus punhos
são a flor serena
que nunca descansa
enquanto os outros
dormem, silenciados

seu nome é Paulo, como o pai
imaginação e sêmen
lança em poemas
aos combates, bebe
a largos goles
os tragos da utopia

o lutador acredita
no que jorra incessante
de sua fonte primeira:

a bandeira de um
coração partido
pela bala corriqueira
dos mandantes sem rosto

para os outros (os desatentos)
resta o alento de saber
que seu suor e sorrisos
permanecem presentes

(a morte é um encante
que faz insurgir o levante
das lágrimas e da dor
pra que os distraídos
atentem)

Por Renato Torres