Um grupo de deputados ruralistas resolveu realizar um tal “Encontro nacional da agricultura indígena”, o que inicialmente era chamado de audiência pública na Câmara dos Deputados. Realmente, não pode ser chamada de pública aquilo que é privado ou restrito a quem está de acordo. Lá fora, líderes indígenas contrários ao te

atro prestes a ser encenado são agredidos pela polícia, que usa spray de pimenta para barrar-lhes a passagem. Não respeitam nem a presença de crianças. Alguns índios foram presos.

Não, não é um roteiro de filme de terror. O que aconteceu na Câmara dos Deputados no último dia 18 está mais para tragédia anunciada. Conhecemos o ato seguinte desde o tempo em que nossos ancestrais, seduzidos pelos invasores europeus, trocavam suas terras, seu trabalho e sua vida por espelhos e badulaques.

Fico me perguntando: qual o interesse em realizar uma audiência pública sobre agricultura indígena, se a agricultura dos povos indígenas, as culturas dos povos indígenas, sempre foram descriminadas?

Tudo que vem dos ruralistas tem que ser visto com desconfiança. Só posso crer que pretendem enganar a sociedade, fazendo parecer que estão abertos ao diálogo.

Senão, vejamos. A proposta desse encontro foi articulada pelo