Por Naiane Queiroz*

“A luta contra o Extermínio da Juventude Negra não é algo novo, a luta continua, não acaba hoje” A fala da Jurema Wernek diretora da Anistia Internacional Brasil, expressa um sentimento comum a todxs que de alguma forma se colocam na linha de frente contra os problemas causados pelo racismo na sociedade brasileira.

E nessa mesma relação de luta, de pertencimento e protagonismo das juventudes organizadas que enfrentam o Genocídio de Jovens Negrxs, que jovens ativistas de várias estados do país estiveram reunidxs de 14 a 19 de novembro, no Estado do Rio de Janeiro, para o lançamento da Coletânea QuilomBOX, que é o resultado direto da participação de jovens na campanha “Jovem Negro Vivo” da Anistia Internacional Brasil, concebida para ser uma ferramenta de apoio para a promoção de direitos, elaborada com a flexibilidade necessária para que seja utilizada como recurso principal ou auxiliar em diversos contextos educacionais e de mobilização e se soma às diferentes iniciativas já existentes de mobilização e formação em curso no Brasil.

Foram dias de trocas, de aprendizagem com x outrx que ali se encontraram, como bem afirmou Iodenis Borges de 25 anos, Mestranda em Direitos Humanos Universidade Federal de Goiás e Ativista Anistia Internacional no seu estado, onde destacou “falar em encontro é falar de aprendizado e afetos, neste evento não foi diferente, foram dias intensos de atividades com jovens de culturas e costumes diversos que me demostraram, que a união, o respeito à diferença e a formação de redes é uma de nossas potencias para fazermos a diferença onde quer que atuemos contra a violação de Direitos Humanos, saí fortalecida de esperanças, potências e afetos que sempre me acompanharam enquanto mulher negra, ativista de Direitos Humanos, que assim como outrxs jovens acreditam que com pequenas ações também podemos ser agentes transformadores de nossas realidades”, destacou.

QuilomBOX chega para ampliar o diálogo que cada coletivo já desenvolve nos seus espaços de atuação, para fortalecer ainda mais as diversas Juventudes Negras que são carregadas de resistências.

O Ativista da Anistia Internacional de Belém e integrante do Coletivo de Juventude Negra do CEDENPA e Bacharel em Direito, Alejandro Falabelo de 25 anos, ressaltou a importância de um momento como este e destacou “é importante debatermos pautas ligadas à juventude, é mais importante ainda estarmos mobilizados e propondo medidas de transformação no cenário social que vivemos” ter em mãos uma ferramenta construída através dos resultados de outras atividades, sem duvida será de grande contribuição para a luta e resultados individuais e coletivos.

Durante a programação xs jovens conseguiram construir uma agenda de atividades para realizar em seus espaços e como forma de exercício colocar em prática oficinas no espaço do Coletivo dos Enraizados em Nova Iguaçú-RJ, outro momento de incidência e utilização da ferramenta, onde se conseguiu agregar todos os valores dos coletivos.

* Jovem articuladora da Agência de Notícias.