O acúmulo de lixo nas margens do Canal Água Cristal, no bairro da Marambaia, em Belém, só aumenta. Mesmo depois da denúncia da população, na semana passada, a coleta de lixo continua precária e o volume de entulho é tanto que ocupa metade das vias, atrapalhando a passagem de veículos e pedestres.

De acordo com os moradores da área, até acidentes com motocicletas têm acontecido por causa disso. “Já faz dois meses que está desse jeito. A coleta de lixo não leva e só vai aumentando”, relata o pedreiro Natajesio Souza, 48, que mora bem em frente a um dos pontos mais críticos do canal.

O pedreiro conta que com frequência presencia acidentes de moto na esquina que dá para o lixão e que sofre na hora do almoço por causa do mau cheiro. “Aí em casa, não dá para comer de janela e porta aberta. Sem falar no tanto de rato e mosca que vem desse lixo”, reclama.

A quantidade de sacos, garrafas e outros materiais é tão grande que prejudica até mesmo o trânsito de veículos na área. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

 

Natajesio também denuncia que carroceiros e vendedores de açaí são os principais responsáveis pelo crescimento do entulho, mas que a Prefeitura não faz fiscalização. “A gente tenta impedir, mas vamos brigar com eles? É sempre uma confusão”, conta.

A dona de casa Marivalda Santos, 43, também mora nas vias do entorno do canal e garante que o problema é recorrente e antigo. “É o tempo inteiro. Culpa da população, que não tem consciência, e da Prefeitura, que não faz a limpeza direito”, critica.

Até móveis são despejado à beira de um dos canais da cidade. (Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará)

 

FREQUÊNCIA

De acordo com a moradora, a coleta de lixo doméstica na área é de apenas três vezes na semana e a de entulho é rara. “A gente queria colocar uma caixa aqui, para ver se o povo suja menos o canal. Mas eles [Prefeitura] têm de raspar isso tudo daqui primeiro. Estamos esperando”, esclarece. “Dá tudo que não presta, o cheiro é horrível e agora no inverno só piora”, comenta. Sobre o canal em si, ela diz que nos dez anos que mora na área nunca viu limparem. Nele, até geladeira a população joga, segundo a dona de casa.

A reportagem do DIÁRIO entrou em contato, através de e-mail, com a Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (Sesan), mas até o fechamento desta edição não obteve nenhuma resposta acerca do problema do lixo, que atinge milhares de belenenses em vários bairros da capital do Estado.

(Arthur Medeiros/Diário do Pará)