A linha que faz a viagem entre Mosqueiro e a capital custa R$ 5,30 a inteira e R$ 2,65 a meia passagem. População diz que está pagando caro e serviço de transporte é precário na Grande Belém.
Wallace mora em Mosqueiro, distrito de Belém. Mas estuda e faz estágio em Belém. Ele tem que pegar quatro ônibus por dia e percorrer mais de 140 quilômetros. Para complicar ainda mais a rotina do estudante, a passagem ficou mais cara. A linha que faz a viagem entre o distrito e a capital custa R$ 5,30 a inteira e R$ 2,65 a meia passagem.
Ele recebe uma bolsa de R$500 por mês e está aflito, porque o orçamento já apertado vai ficar ainda mais comprometido. Milhares de pessoas que fazem o trajeto estão na mesma situação.
“Eu venho todo dia. Eu trabalho pra cá”, diz a agente de portaria Nancy Varela que terá um gasto de R$ 412,80 por mês. “Um absurdo!”, diz.
Além de provocar indignação, o aumento da tarifa de ônibus reacendeu uma antiga polêmica entre os usuários de ônibus na Grande Belém. A qualidade do serviço oferecido pelas empresas de transporte público voltou a ser questionada.
“Ônibus sucateado, demora, superlotação. É um sofrimento pra quem precisa vir todos os dias e ainda comprometer um terço da renda mensal com transporte público”, diz o balconista Arthur Machado.
Quem mora na ilha de Cotijuba e tem de pegar um barco e um ônibus para chegar à capital também vai precisar reajustar o orçamento. A passagem que antes custava R$ 3,10 passou para R$ 3,30.
“Os coletivos são sujos, são velhos”, diz o funcionário público Raimundo Silva.
Em Icoaraci, outro distrito de Belém, os ônibus também estão sucateados e, além de pagar caro, a população enfrenta viagens para o centro de Belém que estão demorando uma média de duas horas ou mais por causa das ruins condições do trânsito. “Todo dia é isso!”, diz uma passageira.