Ex-presidenta Dilma, presidenciáveis e lideranças comentam tiros contra a caravana que percorre a região Sul. Tucanos escolhem alimentar o ódio: ‘Estão colhendo o que plantaram’

Os ataques a tiros contra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula na região Sul concentrou a atenção do mundo político na noite desta terça-feira (28). A ex-presidenta Dilma Rousseff, que um dia antes havia denunciado a ação violenta de milícias de extrema-direita, classificou como “atentado grave” e “inaceitável” a tentativa de intimidação contra Lula.

Ela afirmou que o fascismo é intolerável e será denunciado. “Não estamos mais nos anos 50 do século passado, ou na ditadura militar, quando a eliminação física de adversários políticos era uma constante no Brasil e na América Latina. Essa prática não pode ser tolerada. Tais ataques não vão intimidar democratas e militantes políticos”, disse Dilma, em nota.

A presidenciável do PCdoB, a deputada estadual gaúcha Manuela d’Ávila, também denunciou a “escalada do fascismo”. Ela relacionou o atentado ao ódio que vem sendo disseminado pelas redes sociais. Manuela afirmou que os tiros não foram fatos isolados e lembrou de  diversas agressões durante a caravana para afirmar que a atual situação é “seríssima”, e que a violência impede a realização de qualquer debate político.

“O que aconteceu é algo muito grave”, disse o pré-candidato à Presidência pelo Psol, Guilherme Boulos, que também lembrou de hostilidades que já haviam sido cometidas contra a caravana, e classificou o episódio como exemplo de “intolerância política”. “O que está em jogo nesse momento é a necessidade de uma unidade democrática contra o fascismo”, afirmou em vídeo nas redes sociais.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, usou as mesmas palavras de Dilma e afirmou que os tiros contra os ônibus da caravana que conduz o ex-presidente Lula são “inaceitáveis”. No Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) cobrou posicionamento do presidente Michel Temer, que deveria vir a público para manifestar repúdio contra um atentado cometido contra alguém que já ocupou o mesmo cargo.

Tucanos

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, afirmou que “eles estão colhendo o que plantaram”. Além de não censurar a violência, acusou o PT de dividir o país, se eximindo de culpa de seu partido pela polarização. Ignorou também o fato de que o governador do Paraná, Beto Richa, também do PSDB, autoridade maior sobre a Polícia Militar do estado que massacrou professores em luta há não muito tempo, não agiu para impedir os ataques à caravana.

As declarações do tucano foram dadas durante a pré-estreia do filme Nada a Perder, biografia do líder da Igreja Universal, Edir Macedo. Junto com Alckmin, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), adotou o mesmo tom e disse que o PT sofre da “própria violência”.

Pelo Twitter, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad rebateu as declarações dos tucanos, e disse que o PSDB estava sendo levado “para os braços do fascismo” pelo discurso radical do também pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL). “Um erro enorme!”, disse Haddad.

Na manhã desta quarta-feira (28), Alckmin mudou o discurso, condenando “toda forma de violência”. Também pelo Twitter, ele disse que é papel das autoridades “apurar e punir” os agressores que dispararam contra a caravana, e que os homens públicos “devem pregar a paz”.

FONTE: http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/03/atentado-contra-o-ex-presidente-lula-e-inaceitavel-confira-as-repercussoes