O grupo Ayvu Rapyta, formado por contadores de histórias, lança hoje, às 19h, no Cine Líbero Luxardo, mais um episódio da websérie «Vozes Literárias do Pará». O protagonista é o poeta e escritor Antônio Juraci Siqueira. A entrada é gratuita.
Esse é o terceiro episódio da websérie, que surgiu com o objetivo de incentivar a leitura e a literatura produzida no Pará. Sem previsão de acabar, o projeto pretende homenagear muitos escritores da literatura de expressão amazônica. “Resolvemos usar a linguagem audiovisual para chamar a atenção de estudantes e professores para que possam conhecer nossos autores”, explica Paulo Demétrio Pomares, integrante do Ayvu Rapyta.
A escolha de Juraci Siqueira se deu pela sua trajetória e importância. “Nós entendemos que é um dos escritores de mais expressividade da literatura do Pará. Ele escreve há mais de três décadas, é uma homenagem merecida”, justifica Demétrio.
O documentário tem 20 minutos e foi feito de forma alternativa, com auxílio de parceiros do grupo. Tem a produção de Eliezer Avis e conta um pouco da trajetória de Juraci, do primeiro contato com a literatura, as influências, vida e obra. A homenagem foi recebida pelo escritor com alegria. “Todas as homenagens são importantes, não há nada que dignifique mais o ser humano do que ele ser lembrado não pelo que ele tem e sim pelo que ele é, pela sua obra”, diz, animado, Juraci.
Com 70 anos, sendo 38 deles dedicados à literatura, Juraci é natural do município de Afuá, no Marajó, e descobriu a literatura através dos folhetos de cordel. Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Pará, atua como professor e tem mais de 80 títulos individuais publicados, entre folhetos de cordel, livros de poesias, contos, crônicas e literatura infantojuvenil.
Após a exibição do episódio, acontecerá uma mesa de diálogo para discutir o lugar da literatura feita no Pará, com a participação do professor Paulo Maués Corrêa. “Temos muita produção, mas falta circulação e política de incentivo para nossos escritores. Essa literatura não chega às escolas e bibliotecas”, alerta Demétrio.