No Pará, 353 unidades básicas de saúde do estado passaram por vistoria do Conselho Regional de Medicina entre 2014 e 2017. Em 129 unidades, 27 delas na capital, o CRM constatou a falta de mais de 50 itens básicos para o funcionamento dos postos.

O Conselho Federal de Medicina divulgou nesta quinta-feira (2) em Brasília (DF) o resultado de quatro anos de vistorias em unidades básicas de saúde de todo o país. No Pará, 353 postos foram avaliados pelo Conselho Regional de Medicina entre 2014 e 2017. Na maioria deles os conselheiros constataram falta de estrutura, de medicamentos e de aparelhos essenciais para o bom funcionamento das unidades. Em 129 unidades, 27 delas na capital, o CRM constatou a falta de mais de 50 itens básicos para o funcionamento.

Em vários casos não havia aparelhos para examinar a visão e a audição e nem medicamentos, por exemplo, para tratar problemas graves como uma parada cardiorrespiratória ou reação alérgica.

Na unidade Canal do Galo II, na Pedreira, funcionários disseram que é comum faltar remédio e materiais básicos como gases para realização de curativos, que demoram para chegar. O CRM identificou também problemas de estrutura. Faltam salas de esterilização, de recepção, e até toalha de papel e sabonete nos banheiros.

Em outra unidade na Pedreira, há problemas na iluminação, no revestimento das paredes, no banheiro, que está em péssimo estado de conservação, e na fachada do prédio. A farmácia não está funcionando e faltam itens básicos para curativo. Os pacientes são orientados a pegar medicamentos em outras unidades de saúde.

Já a Unidade Vila da Barca funciona em uma pequena casa alugada no bairro do Telégrafo em Belém. Os pacientes aguardam a consulta em um corredor apertado e sentem calor no local. Não há farmácia na unidade e o paciente sai de lá sem remédio. Exames preventivos, como os ginecológicos, também não são realizados.

“Para a coleta do preventivo, falta, além do profissional treinado, uma sala específica, com uma mesa ginecológica. As nossas macas hoje são de atendimento ambulatorial normal. Não tem estrutura”, diz a médica da unidade Eva Martins.

Sobre a unidade de saúde da Pedreira, a Secretaria Estadual de Saúde disse que há um projeto para a reforma do posto e que está tomando providências para a troca de lâmpadas. A Sespa negou que estejam faltando materiais, e, sobre os medicamentos, disse que os pacientes devem pegar os remédios nas unidades de saúde do município.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém informou que já está tomando as medidas cabíveis em relação aos pontos apontados no relatório e que parte dos problemas já foi sanada. Quanto aos medicamentos da unidade da Pedreira, a Sesma ressalta que são de responsabilidade da Sespa.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2018/08/02/vistorias-em-unidades-basicas-de-saude-identificam-falta-de-estrutura-medicamentos-e-aparelhos-essenciais.ghtml