Manuela d’Ávila (PCdoB), candidata a vice na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), rebateu nesta terça-feira (18) em vídeo publicado nas suas redes sociais, a declaração do general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), que afirmou que famílias pobres “sem pai e vô, mas com mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico.
Para a candidata do PCdoB, essa fala é um desrespeito com as mulheres que criam os seus filhos e superam diversas ausências, além da figura paterna. “Elas superam a ausência do Estado, da creche e de investimentos públicos em políticas que emancipem essas mulheres. É um desrespeito total ao nosso país. Porque o Brasil é construído pelo esforço dessas mulheres”, afirmou Manuela d’Ávila.
Hamilton Mourão é candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência, que também é conhecido pelas suas declarações fascistas, machistas, misóginas e racistas. Exemplo disto, é que Bolsonaro é um dos autores do projeto que tem o intuito de revogar a garantia de atendimento obrigatório e integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às mulheres e vítimas de violência sexual. O Projeto de Lei 6055 é de 2013 e foi proposto em meio ao aumento das notificações de casos de estupro no país. Entre 2011 e 2016, por exemplo, houve crescimento de 90%, sendo que metade das vítimas são crianças, segundo Atlas da Violência de 2018.
Segundo Manuela, o Brasil precisa vencer o ódio. “Somos muito maiores do que esse ódio que as pessoas levam nos corações”, frisou.
A candidata também falou sobre a grande onda de mulheres que estão se unindo nas redes sociais para derrotar o candidato representante do machismo e misoginia nestas eleições. “Vocês viram que quanto mais eles atacaram os grupos das mulheres nas redes sociais, mais os grupos cresceram”.
No dia 29/9, haverá uma grande mobilização das mulheres em várias cidades do Brasil, contra a candidatura de Bolsonaro. Em São Paulo, a concentração será às 17h, no Largo da Batata.
“As mulheres vão as ruas dizer que ele não, porque nós merecemos viver com dignidade. Merecemos ser tratadas por quem presidir o Brasil com a dignidade que tratamos o nosso país e que contribuímos para ele se desenvolver”, declarou Manuela d’Ávila.