Manuela d’Ávila (PCdoB), candidata a vice na chapa encabeçada por Fernando Haddad (PT), afirmou que a eleição só se decide quando o povo vai às urnas, em entrevista à Rádio Guaíba, nesta quinta-feira (20).

Apesar do crescimento veloz de Haddad nas pesquisas de intenção de voto, Manuela reforçou que é preciso continuar a campanha eleitoral, conversando com a população sobre o futuro do Brasil. Para a candidata, as próximas pesquisas registrarão um crescimento ainda maior da chapa O Brasil Feliz de novo.

“A apresentação do Haddad para a população fez com que outros setores da sociedade começassem a perceber suas qualidades. Ele é firme, mas, respeita muito as diversas opiniões. Ele é atencioso com as opiniões dos movimentos sociais e das pessoas que se tornam especialistas em determinados assuntos. Ele é tranquilo, e essa é uma característica que as pessoas buscam para um momento de uma crise tão aguda na política e na economia brasileira. Haddad é comprometido com um projeto de desenvolvimento para o país”, ressaltou.

Questionada sobre um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, Manuela respondeu que será uma disputa que diz respeito a garantia da democracia, da tolerância e das instituições do país.

“De um lado, existe um grande debate na sociedade brasileira dos que defendem a democracia e as instituições, que construímos até aqui em duras penas depois de 1989, e aqueles que não defendem”.

Manuela voltou a falar sobre a declaração do general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa encabeçada por Jair Bolsonaro (PSL), que afirma que famílias pobres “sem pai e vô, mas com mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico. Segundo ela, a extrema direita “tenta encaixar essas falas como se fossem comportamento”, mas em sua visão, dizer que uma mulher que cria um filho sozinha, forma um delinquente, tem relação com a visão que eles têm de desenvolvimento do país.

“Se eu tenho um projeto que prevê que a crise da economia deve ser superada enfrentando as desigualdades sociais, tenho que saber como são construídas as desigualdades sociais do Brasil. Parte delas são construídas porque as mulheres são as mais pobres e criam os seus filhos sozinhas”.

“Por que sou a favor da revogação da Emenda Constitucional 95 – que congela os investimentos nas áreas sociais por anos? É porque ela prejudica a economia brasileira? Claro que é! Mas, não é só por isso. É porque eu sei que não existe como combater desigualdade nesse país se não tiver creche para as mulheres deixarem seus filhos e irem para o mercado de trabalho”, explicou Manuela.

Assista a entrevista: