Quatro candidatos compararam propostas a cinco dias das eleições. Segurança, transporte, saneamento e habitação foram alguns dos temas.

Quatro candidatos ao Governo do Pará participaram na noite desta terça-feira (2) do debate na TV Liberal, em Belém. Durante cerca de 2 horas, os candidatos apresentaram propostas para áreas como: segurança pública, habitação, saúde, educação, transporte, emprego, políticas para mulheres, saneamento básico e combate à corrupção.

Mediado pela jornalista Claudia Bomtempo, o debate foi realizado nos Estúdios da TV Liberal. Participaram os candidatos Fernando Carneiro (PSOL), Helder Barbalho (MDB), Márcio Miranda (DEM) e Paulo Rocha (PT).

Participaram do debate os candidatos aptos, definidos na legislação e, entre os não aptos, aqueles que tiveram pelo menos 5% das intenções de voto na pesquisa Ibope divulgada no dia 17 de setembro.

O debate teve cinco blocos. O primeiro e o terceiro com perguntas de tema livre; o segundo e quarto com temas determinados por sorteio na hora do debate pela mediadora; e o último para considerações finais de cada candidato.

Os candidatos tiveram 30 segundos para formular as perguntas, dois minutos para as respostas, um minuto e 15 segundos para réplica e um minuto e 15 segundos para tréplica. No quinto e último bloco, cada candidato teve dois minutos para fazer suas considerações finais.

Para assistir a íntegra do debate clique aqui.

Debate para governador do Pará: 4° bloco

Considerações finais dos candidatos, na ordem do sorteio:

Paulo Rocha (PT)

“Primeiro, eu queria agradecer a todos e a todas, agradecer esse espaço importante para o debate político. Agradecer principalmente a nossa militância. Eu fui recebido bem em todos os cantos que eu fui neste estado. Recebido com respeito, mas também com sentimento de esperança, porque o nosso povo é movido de esperança, de fé, porque esse Brasil tem jeito. É fundamental o povo entender que neste debate há dois projetos de governo em disputa política. Um deles é representado pelo jeito de Temer governar este país. Em pouco tempo, ele levou o pobre a pagar o gás de R$ 40 para R$ 90. O preço da gasolina, que era R$ 2,40, agora está a R$ 5, chegando a R$ 6. Esse é o jeito Temer de governar. Este é um projeto que está aqui em debate. Queremos que essas eleições tenham um papel histórico de recuperar para o governo o jeito Lula de governar o país. A grande imprensa pode falar mal do PT, mal do governo Lula, mas foi no governo dele que as coisas começaram a mudar neste país, que as políticas públicas começaram a chegar para o cidadão mais pobre, pro trabalhador. Lá de Brasília, o Lula fez chegar política pública para o seu interior, no Marajó, lá dentro da floresta, dentro das colônias. É só contar nos dedos: Luz para Todos, Mais Médicos, Bolsa Família, mais universidades. Aqui no Pará, só havia uma universidade há séculos. Lula criou mais duas: a Ufopa e a Unifespa, e ainda criou o Instituto Federal que se implantou em 14… Agora nós podemos dizer que o filho do trabalhador rural pode ser doutor, que o filho do pescador pode ser engenheiro de pesca, que a filha da trabalhadora doméstica pode ser médica. E é assim que eu vou governar: do jeito Lula. E entre todos aqui, eu é que estou mais credenciado, porque nós vamos fazer todas as políticas com o Governo Federal que será do PT. O Lula, mesmo preso, vai eleger Haddad presidente da república deste país. Vote 13, vote Haddad presidente e Paulo Rocha governador”.

Fernando Carneiro (Psol)

“Eu queria agradecer o espaço cedido pela TV Liberal para que nós fizéssemos esse debate. Quem acompanha o nosso programa de televisão sabe que nós temos pouquinho tempo de TV. Eu tenho 16 segundos. Essa divisão de tempos não é democrática. Você viu agora, nós temos propostas concretas para mudar a situação do nosso estado. Nós temos pouco tempo na TV, mas muito tempo pra você. Acesse as nossas redes sociais, acesse o nosso site fernandocarneiro.com.br e você vai ver o nosso programa lá. Um programa feito por muitas mãos. Feito por doutores, por mestres, mas também com o camelô, com o policial, com o trabalhador em educação. É um programa belíssimo. Queria dizer que nós somos do PSOL. Nós estamos em uma frente com o PCB e o PPL, dois partidos que estão juntos conosco nessa jornada. Somos um partido diverso. Um partido de negros e negras. Aliás, queria sugerir aos dois candidatos que utilizaram a expressão ‘denegrir’ que abolissem essa expressão. Uma expressão racista, que a muito tempo deveria ser abolida do nosso vocabulário, que ainda é muito carregado do nosso machismo e racismo. Mas o PSOL é esse espaço da construção da diversidade. De negros e negras, de LGBTs. Nós temos um programa para as comunidades LGBT e para as mulheres. O protagonismo das mulheres nessa marcha do dia 29 foi fantástico e nós ressaltamos isso. O PSOL e esse espaço. O PSOL é o partido do Boulos, da Sonia Gajajara, a primeira indígena a ser candidata a vice-presidente da república, ou co-presidente como a gente diz. Tivemos a coragem de colocar um líder do movimento dos trabalhadores sem-teto pra ser o nosso candidato a presidente e ele mostrou nos debates que é o mais preparado para resolver os problemas que o país tem. Temos a Tati Picanço, candidata a vice-governadora, ou co-governadora como a gente gosta de dizer, que também é uma mulher indígena, representante da força da mulher em nosso estado. Nós queremos mudar nessas eleições. Todos os partidos que aqui estão já foram governo no nosso estado. Se a gente quer mudar, a gente tem que dar uma chance pro novo. Quem tá satisfeito do estado do jeito que está pode escolher entre os partidos que aqui estão e que fizeram a sua apresentação aqui, mas nós somos o novo nessas eleições. Já roubaram muita coisa da gente, mas não vão roubar a nossa disposição de luta e nem a nossa esperança. Nós temos uma bancada de deputado federal que é a melhor bancada, ou está entre os melhores do congresso. Nós temos o deputado Edmilson Rodrigues que foi o melhor prefeito que Belém já teve e que está candidato a reeleição para deputado federal. Companheira Marinor Brito, que junto comigo na câmara faz um trabalho belíssimo e vai ser deputada federal. Nós temos a nossa querida companheira Úrsula Vidal, candidata ao senado, pra renovar e colocar uma mulher no senado. Faz anos que o Pará só tem três senadores homens. Temos que ter uma mulher no senado. A Úrsula tem competência pra isso. Eu queria dizer, que tudo que colocamos aqui, mesmo quando falamos de corrupção, não é baixaria. Nós não queremos fazer baixaria. Estamos cansados de baixaria, o povo está cansado. Nós queremos fazer um alerta: se você quiser mudar de verdade, você tem uma alternativa, que é o PSOL. O seu voto é importante. Você pode achar que o seu voto não muda muita coisa, mas muda sim. O seu voto no dia 7 é um voto importante. Ele vale por quatro anos. Precisamos tirar da polícia esses velhos representantes”.

Helder Barbalho (MDB)

“Eu gostaria, primeiramente, de agradecer a você. Já é próximo de 00h e estão nos dando o privilégio da sua audiência. Quero agradecer à TV Liberal, à Claudia pela oportunidade da mediação do debate e aos demais candidatos que participaram. Eu queria ter uma conversa neste momento com cada um de vocês. Neste tempo da minha vida eu pude ser vereador, deputado estadual, prefeito eleito e depois avaliado pela população e tive mais um mandato – 8 anos, fui candidato a governador há 4 anos atrás. Deus entendeu que não era ainda o momento, mas em seguida me abriu a oportunidade de ser ministro do Brasil, mas acima de tudo me deu acima de tudo ser ministro do estado do Pará. Eu pude como ministro estar presente nos 144 municípios deste estado do Pará. Eu pude ajudar Belém liberando recursos importantes para obras como o Porto Futuro, que já é uma realidade trazendo e estimulando emprego, potencializando turismo na nossa capital. Pude ajudar Ananindeua com R$ 27 milhões. Pude liberar recursos para a orla de Santarém, de Marabá. Fiz isto nos grandes municípios, mas também pude chegar nos municípios mais distantes. Bannach, por exemplo, eu sempre cito porque é o menor município deste estado. E lá, o governador nunca esteve e eu estive, presente, trabalhando e colaborando com a cidade. Eu quero poder fazer um governo com capacidade de chegar aonde cada cidadão esteja, o pescador, a pescadora, o ribeiro, o quilombola, o índio. Que nós possamos chegar nas grandes cidades, mas também nas áreas rurais. Que nós possamos virar a página do abandono. Que nós possamos fazer um governo em que a educação neste estado possa ser uma referência para o Brasil. Que a saúde possa salvar vidas. Que nós possamos gerar empregos, oportunidades, postos de trabalho, ocupação para que as pessoas com seu próprio talento, suor, disposição possa garantir a renda de suas famílias. Portanto, eu quero agradecer a você, a cada gesto de carinho por onde eu passei, a cada olhar de esperança, as pessoas saindo das casas e abrindo a janela, dizendo com o seu olhar, com seu sorriso que acreditam que é possível, daqui para frente, fazer um Pará melhor. Eu conto com você neste domingo. Vem com a gente. Helder 15 governador”.

Márcio Miranda (DEM)

“Obrigado Claudia, obrigado telespectadores. Eu queria, antes de iniciar minhas conclusões, eu gostaria de fazer um reparo a respeito de uma tréplica que o candidato que me antecedeu fez uma citação a respeito de processos que eu tenho. Deixar claro que eu sou ficha limpa, não tenho processos, não respondo a processor. E dizer ao povo do Pará: nasci no interior, de família humilde, não tive privilégios, tive uma vida de luta, pai produtor rural, pequeno, do interior, sem berço de ouro, estudei em escola pública, não tive situação de parentes políticos me ajudando ou me abrindo portas, estudei na Universidade Federal do Pará, fiz medicina, fiz a opção de durante 35 anos atender gente humilde, gente simples, conheço as pessoas de tocar, de dialogar, de ouvir, foi o que eu fiz a vida toda: cuidar de gente humilde. Fiz concurso, sou servidor público aprovado para a Polícia Militar. Tive a honra de chegar a condição de capitão da PM, tive a honra de ser eleito diversas vezes deputado estadual, presidir o poder legislativo deste estado e lá varrer uma página que tinha anteriormente de governos do MDB que teve corrupção, Ministério Público lá dentro, afastei isso, fiz uma limpeza: cortei gastos, economizei recursos, usei a mão firme. Como militar, quero levar esta experiência ao Governo do Estado para que eu possa não só trabalhar a segurança pública, mas também criar um ambiente onde a polícia possa ser reconhecida e ter o estado por trás lhe dando apoio. Como médico, entendo de saúde, cuidei de gente a vida toda. Quero ter a oportunidade de cuidar da saúde e de fazer o maior programa social que o Pará já viu. Criar um ambiente de geração de emprego, de micro-emprego para o micro-empreendedor. Quero levar a experiência de conciliador. Andei o estado todo como presidente da Alepa e quero fazer isso como governador. Humildemente, peço o seu apoio, o seu voto e o da sua família”.

FONTE: https://g1.globo.com/pa/para/eleicoes/2018/noticia/2018/10/03/candidatos-ao-governo-do-para-participam-de-debate-na-tv-liberal.ghtml