A Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realizou nesta segunda-feira, (12/11), uma sessão solene em homenagem ao ex-vereador de Belém e militante de direitos humanos Paulo Fonteles Filho, pela passagem de um ano de sua morte. A Sessão Solene foi realizada em cumprimento a um requerimento de autoria do presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado estadual Carlos Bordalo, que destacou a importância de manter viva a memória da vida e militância do homenageado. “Primeiro é preciso registrar um ano da perda de um dos mais valorosos quadros da esquerda paraense e em particular um dos mais qualificados promotores e defensores de direitos humanos no Pará e no Brasil”, disse o deputado.

Bordalo também ressaltou a importância de manter viva a memória da história de Paulo Fonteles Filhos que, segundo ele, se configurou como um exemplo para as novas gerações na luta por direitos humanos. “Nós estamos vivendo um cenário extremamente preocupante, sombrio e incerto para a garantia de direitos, a democracia e a soberania nacional, três bandeiras que foram arduamente defendidas por Paulo Fonteles Filho. E a história não pode esquecer as suas referências positivas, pois estamos vivendo um momento em que se tenta apagar a história e as referências civilizatórias positivas e, por isso, o parlamento estadual resolve lembrar da sua memória, ressaltar o seu legado e apontar tarefas dos democratas com o futuro do país”, acrescentou Bordalo.

Mãe de Paulo Fonteles Filho, a professora Hecilda Fonteles, também ressaltou a importância da homenagem feita pelo parlamento paraense ao seu filho. “Eu recebo como uma justa e devida homenagem ao esforço de Paulinho, à luta que ele desenvolveu porque a vida dele sempre foi assim de luta, até o nascimento dele foi em condições adversas, e o empenho e a militância dele em favor dos direitos humanos e dos mais despossuídos da sociedade brasileira, e os 45 anos de vida dele foram dedicados a essa luta e a sua ausência ainda nos causa muita saudade e ainda hoje eu ainda não consegui superar essa perda. E eu considero que o parlamento estadual cumpre o seu papel fazendo essa justa homenagem”, destacou a mãe.

O presidente estadual do PC do B, Jorge Panzera destacou a enorme perda para a luta por democracia com a morte de Paulo Fonteles Filho. “É uma perda muito grande para todos que acreditam em um país melhor. Portanto, é uma perda grande não só para o PC do B como também para todos que acreditam em um país soberano, de liberdade e democracia. E nesse momento no nosso país em que é preciso unir forças de todos aqueles que lutam por democracia, o Paulinho faz muita falta. Mas, por outro lado, ele é uma pessoa que inspira na luta e muita gente diz que só morre quem cai no esquecimento, e o Paulinho não cai e nem cairá no esquecimento, o seu legado permanecerá vivo”, ressaltou Panzera.

O deputado federal Edmilson Rodrigues, amigo pessoal do pai Paulo Fonteles e de Paulo Fonteles Filho, também participou da Sessão Solene e se manifestou sobre a importância da luta travada por Paulinho Fonteles durante toda a sua vida. “A sociedade brasileira e a sociedade paraense, em particular, deve muito ao Paulinho Fonteles, que tem um acervo muito grande, com milhares de informações, dados e documentos sobre a ditadura militar até os dias atuais. Então, nós temos uma contribuição muito importante para a história do futuro dada por ele. Poucos paraenses contribuíram tanto para o resgate da nossa história”, concluiu Edmilson Rodrigues.

Trajétória de luta – Paulinho Fonteles nasceu num hospital militar em Brasília, quando seus pais estavam encarcerados pela ditadura. Já nos primeiros anos de sua juventude, ingressou na militância, chegando à direção nacional da União da Juventude Socialista (UJS), e se destacou pela ativa participação e liderança das lutas estudantis. No Pará, ameaçado pelos mesmos que tiraram a vida de seu pai, o ex-deputado estadual Paulo Fonteles, não se intimidou, organizando os camponeses e denunciando crimes contra os direitos humanos.

O ex-vereador Paulinho Fonteles morreu em decorrência de um infarto fulminante, no dia 26 de outubro de 2017, aos 45 anos. Paulinho era conhecido pela defesa de Direitos Humanos e, antes de morrer, ficou internado por cerca de 15 dias, lutando contra uma broncopneumonia.

 

Texto: Avelina Castro
ASSESSORIA DE IMPRENSA E DIVULGAÇÃO