“Novos” ocupados ganham menos da metade da média geral

por Cesar Locatelli

O boletim Emprego em Pauta, do Dieese, com base em dados do IBGE, revela que:

1 O Brasil tinha 90,6 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no primeiro trimestre de 2018.

2 No segundo trimestre, o total passou para 91,2 milhões.

3 A entrada de 600 mil pessoas no mercado de trabalho foi resultado de 8,8 milhões que estavam ocupadas e ficaram desempregadas, contra 9,4 milhões que estavam inativas ou desocupadas e conseguiram uma vaga.

4 Dessas 9,4 milhões de pessoas empregadas, cerca de 7 milhões foram contratadas informalmente. Ou seja, praticamente 3 em cada 4 daquelas pessoas incorporadas ao mercado de trabalho não têm registro, trabalham por conta própria e não contribuem para a previdência ou são familiares auxiliares.

5 No mercado de trabalho brasileiro geral, de cada 100 pessoas ocupadas cerca de 40 são informais. Nesse grupo, que entrou no mercado de trabalho no segundo trimestre de 2018, 74 de cada 100 são informais.

6 De cada 100 trabalhadoras e trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho, no segundo semestre de 2018, 17 conseguiram registro na carteira.

7 O salário médio real das pessoas ocupadas no Brasil foi de R$ 2.128 no período. O salário médio dos “novos” ocupados foi de R$ 1.023.

8 O boletim conclui que:

“A elevada rotatividade do mercado de trabalho brasileiro fica evidente quando é observado o número de contratações e desligamentos. Apenas entre o primeiro trimestre e o segundo de 2018, saíram da condição de ocupados 8,8 milhões de trabalhadores, enquanto 9,4 milhões deixaram a situação de desocupados ou de fora da força de trabalho e conseguiram uma vaga.

A maioria dessas pessoas, entre as quais há um grande grupo de jovens, ingressou em trabalhos precários: maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo (especialmente para as mulheres) e rendimentos inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.

Mais do que o estreitamento das oportunidades para os novos trabalhadores, o movimento descreve a falta de fôlego da economia brasileira para proporcionar, no curto prazo, alternativas mais estruturadas de trabalho, devido à fraca recuperação e a ausências de perspectivas melhores para o próximo período.”

Nota: 1 Para ver o boletim completo: https://www.dieese.org.br/boletimempregoempauta/2018/boletimEmpregoEmPauta10.html

FONTE: https://jornalistaslivres.org/3-em-cada-4-novos-empregos-sao-informais/